Quatro deputados do PSB protocolaram nesta quarta-feira (19) uma proposta de indicação sugerindo que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) exonere o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Para os parlamentares, em mensagens divulgadas pelo site The Intercept, Moro “cometeu grave desvio ético e legal, não reunindo mais as condições ético-jurídicas para o exercício do cargo”.
As conversas vazadas são com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, da qual Moro, quando era juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba (PR), julgou os processos.
Segundo o site, as mensagens sugerem que Moro teria feito sugestões à acusação em ações como a do caso triplex, que levou à condenação e à prisão do ex-presidente Lula (PT).
LEIA TAMBÉM » Moro cobra divulgação de todo o arquivo de mensagens pelo The Intercept » Apoiadores levam ‘super-Moro’ ao Senado » No Senado, Moro destaca ataque organizado por ‘grupo criminoso’ em conversas » Humberto afirma que Deltan Dallagnol ‘está prejudicando’ Moro Por causa do vazamento, Moro foi à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (19), onde presta esclarecimentos há mais de sete horas.
O ministro negou que tenha cometido irregularidades e acusou o site de “sensacionalismo”.
Trechos das conversas divulgadas pelo The Intercept foram apresentados pelos parlamentares no documento. “Os conteúdos das conversas revelam, de forma inconteste, que ambos, juiz e procurador, atuavam de forma combinada, simetrizando estratégias, consultando, um ao outro, sobre fases da operação e até antecipando decisões judiciais, comportamentos que, frontal e visceralmente, feriram de morte o art. 254, I do Código de Processo Penal”, afirmam os deputados. “Trechos das conversas demonstram claramente o interesse politico partidário no sentido de alinharem as ações visando claramente interferir no resultado das eleições presidenciais”. » Na CCJ com Moro, Renan brinca com Major Olímpio e Joice Hasselmann » ‘Tenha a humildade de pedir demissão’, diz Humberto a Moro » Na CCJ, FBC sai em defesa de Moro: ‘vítima de graves crimes’ » Moro diz que pensava que ‘revanchismo’ acabaria quando assumiu ministério O documento é assinado por Gervásio Maia (PB), Lídice da Mata (BA), Marcelo Nilo (BA) e Bira do Pindaré (MA).
Ao todo, a bancada do PSB tem 32 deputados.
De acordo com o regimento interno da Câmara, cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), despachar sobre a indicação e publicar no Diário Oficial da Casa. ‘Tenha a humildade de pedir demissão" Durante a audiência com Moro na CCJ, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também defendeu a saída do ministro do governo. “Tenha a humildade de pedir demissão e segundo pedir desculpas ao povo brasileiro, inclusive, por ter cassado o voto de milhões de barreleiros para eleger outro presidente da República que não esse”, afirmou o petista.
Moro, o senhor enganou milhões de brasileiros.
Peça desculpas e tenha a humildade de pedir demissão, pois não cabe a uma pessoa com todas essas acusações graves ser chefe da Polícia Federal. pic.twitter.com/9cqkqewWuk — Humberto Costa (@senadorhumberto) 19 de junho de 2019