Por Airton Júnior*, em artigo enviado ao Blog de Jamildo O atual retrato político e econômico da cidade de Macaparana registra com fidelidade o resultado de décadas de administração pública baseada em assistencialismo e compadrio.
A cidade possui uma enferrujada engrenagem política ainda nos moldes do coronelismo, que produziu dentre outros malefícios a letargia econômica.
Principal reduto de conhecidos e avultados nomes da política pernambucana (vide famílias Cavalcanti e Moraes) Macaparana, a despeito do seu potencial polivalente, não conseguiu desvencilhar-se da matriz econômica de agricultura de subsistência e comércio.
Terra de engenhos, Macaparana atualmente desconhece ações do poder público em suas instâncias municipal e estadual no sentido de atrair investimentos, gerar emprego e assim atenuar os efeitos da crise.
Falta mão de obra jovem e qualificada, elevado número de jovens já migra para outras regiões e cidades.
Falta infraestrutura, um pequeno exemplo disto é que a rodovia que dá acesso ao município (PE-89) que passou por reforma e recapeamento pouco tempo atrás, encontra-se hoje parcialmente destruída.
O desemprego que outrora gerava desalento, hoje é a principal causa do êxodo que leva centenas de jovens a buscar oportunidade em outras cidades e isto tem refletido inclusive nos índices demográficos.
A crise somada à falta de articulação e ao desleixo,trouxe o município, que sempre esteve escorado numa nefasta imbricação entre o público e o privado, à esta quadra de incertezas e desesperança.
Enquanto a situação segue inalterada, o povo clama por uma mudança que traga ao povo dignidade e justiça social.
No tocante as eleições 2020, embora a distância cronológica exija cautela na elaboração de projeções, há alguns traços que de tão marcantes, nos permitem delinear um quadro daquilo que poderá ser a disputa eleitoral no município.
De um lado, o grupo da situação, representado na pessoa do outrora peso pesado Maviael Cavalcanti, que hoje já dá claros sinais de esgotamento, não apenas físico (algo nítido), mas principalmente esgotamento de liderança.
A debandada da base do governo na câmara, expõe uma ausência de articulação que somada a incapacidade de entrega de resultados na administração, colocam a gestão numa dura trincheira em 2020.
Dentre os nomes cogitados para a sucessão, segundo fontes extra-oficiais, estão: Fred Cavalcanti, Valdecírio Cavalcanti e Dr° Marcelo.
Nomes cujo conteúdo e lastro político é tido como irrisório ou ausente, valendo-se, contudo de uma arcaica estrutura política familiar cuja égide,para alguns analistas é apenas a velha dupla assistencialismo e fisiologismo.
Do outro lado temos o grupo da oposição, liderado pelo atualmente deputado estadual Antonio Moraes (PP), grupo que é histórico arqui-inimigo do grupo da situação e cuja candidatura mais viável do ponto de vista de capital político seria a do ex-prefeito Paulo Barbosa, o Paquinha, visto por muitos como alguém que sempre serviu de títere à Antonio Moraes.
Questiona-se, porém a viabilidade jurídica desta candidatura, pois o mesmo, que não teria um histórico muito louvável junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).
E no meio dessa disputa, um eleitorado que anseia por uma terceira via que quebre o monopólio dos dois grupos.
Airton Júnior é formado em História e filiado ao Patriota