A Associação dos Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou uma nota neste domingo (16) em defesa de Joaquim Levy, que pediu demissão da presidência da instituição.
No texto, os trabalhadores criticam Jair Bolsonaro (PSL) e o acusam de divulgar informações falsas sobre o banco. “Um exemplo foi sua última live, na qual Bolsonaro proferiu todo tipo de falsidade e irresponsabilidade sobre o BNDES”, diz a nota. “O presidente chega a dizer que acredita que nem 10% dos financiamentos do BNDES a obras no exterior será recuperado! É sempre chocante ser confrontado, não com a falta de conhecimento do presidente, mas seu desinteresse por se informar”.
LEIA TAMBÉM » ‘Eu avisei’, diz Daniel Coelho após demissão de Joaquim Levy » ‘Perde o Brasil’, diz Marcelo Ramos sobre demissão de Joaquim Levy » Joaquim Levy pede demissão da presidência do BNDES Joaquim Levy enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo demissão neste domingo (16).
A decisão foi um dia após Bolsonaro declarar que Levy estava “com a cabeça a prêmio há algum tempo”.
O motivo do descontentamento, afirmou Bolsonaro, foi a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES, responsável pelos investimentos do BNDESPar, braço de participações acionárias do banco de fomento, que administra carteira superior a R$ 100 bilhões.
O presidente pediu que Levy demitisse o diretor.
Para Bolsonaro, o nome não era de confiança. “Apesar de divergências sob alguns pontos da atual gestão, como o afastamento da chefe de departamento do Fundo Amazônia e declarações infelizes sobre operações de comércio exterior, a AFBNDES reconhece que Joaquim Levy nunca apoiou ou defendeu fantasias e calúnias que o presidente da República, sempre saudoso da campanha eleitoral, insiste em declarar sobre o BNDES”, diz a nota dos funcionários. “Outra posição importante que, aparentemente, fragilizou Levy foi sua resistência em devolver os aportes do Tesouro na intensidade pedida pelo ministério da Economia.
Sobre esse tema, é importante apontar que resistências foram comuns a todos os presidentes do BNDES que tiveram que devolver os aportes do Tesouro.
São executivos e técnicos do Banco que colocam seus CPFs em risco com essas demanda”, diz ainda. “A coragem de representantes do Ministério da Economia em insistir nessas medidas parece estar baseada no grau de desconhecimento do que está em questão.
Por exemplo, o secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, mais de uma vez, usou o termo ‘despedalar’ o BNDES para se referir às operações de devolução.
Acontece que, assumindo que ‘pedalar’ significa violar a LRF, são as devoluções que deveriam ser consideradas pedaladas, conforme os artigos 36 e 37 da LRF”.