Em discurso de cerca de 15 minutos no lançamento do Programa Criança Alfabetizada, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), não citou o nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nenhuma vez.
Mas foram perceptíveis as alfinetadas no governo federal.
No fim da sua fala, o socialista ainda citou o educador pernambucano Paulo Freire, alvo de Bolsonaro e de aliados.
Em plateia de professores e prefeitos, foi ovacionado. “Se vemos na educação o caminho da transformação é porque antes vieram pessoas guerreiras, comprometidas, como o pernambucano Paulo Freire.
Não se iludam os que o atacam e agridem a educação”, disse Paulo Câmara.
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem Durante a campanha, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleito, entraria com “lança-chamas” no Ministério da Educação e tiraria Paulo Freire. À frente da pasta, Abraham Weintraub também criticou o educador e, após assumir o cargo, disse que outros países do mundo não quiseram copiar o pernambucano e que os resultados brasileiros são ruins.
No discurso, Paulo Câmara afirmou também: “O Brasil, infelizmente, ainda debate agendas antigas, que deveriam estar vencidas.
Mas a gente vai fazer essa travessia.
E cada passo precisa ser dado, ainda temos muitos obstáculos a superar.
Mas a gente sabe qual é o caminho.
No Brasil de hoje, onde está muito improvável o consenso, é importante que se tenha, pelo menos, bom senso”.
Paulo Câmara ainda citou os ex-governadores socialistas Eduardo Campos e Miguel Arraes. “O bom exemplo vai vencer.
O Brasil precisa desse diálogo, feito com maturidade e respeito, para que tenha resultado”, disse.
Justiça “Nós não podemos desanimar quando vemos decisões erradas sendo tomadas, pelo nosso Brasil afora.
Tanta coisa errada sendo feita.
A gente precisa é trabalhar mais para seguir dando o bom exemplo.
De seriedade, união, responsabilidade, compromisso, senso de justiça.
A verdadeira justiça, a que é imparcial e respeita as pessoas.
A Justiça que garante a correção dos erros, não a que erra.
E tudo precisa vir de uma educação humanizadora, que ensine o valor do respeito ao outro”, afirmou ainda o governador. *Com informações de Renata Monteiro, do Jornal do Commercio