O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu nesta segunda-feira (10), pelo Twitter, o afastamento de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública após o vazamento de conversas entre ele o chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol. “Quem instrumentalizou a Justiça Federal para fins eleitorais e partidários pode tentar fazer o mesmo com a Polícia Federal, agora sob seu comando direto”, alegou.

Como Moro, Flávio Dino é ex-juiz federal e deixou a magistratura para entrar na política.

O governador deixou o cargo em 2006.

LEIA TAMBÉM » Mourão diz não ver ‘nada de mais’ em conversas entre Moro e procuradores » ‘Não vejo nada de mais’, diz jurista sobre conversas vazadas de Moro » Moro era ‘acusador disfarçado’, diz advogado de investigados na Lava Jato » Oposição vai tentar convocar Moro após conversas vazadas “Um juiz que orienta uma das partes no curso do processo é parcial e suspeito.

Seus atos são nulos.

Está na lei.

E como repetiam nos processos de Curitiba: ‘a lei é para todos’.

Agora saberemos se “as instituições estão funcionando”.

Elas vivem a partir de hoje seu maior teste”, disse ainda. “Será péssimo se as instituições brasileiras nada fizerem”.

Flávio Dino, que é irmão do subprocurador-geral da República Nicolao Dino, também criticou os integrantes da força-tarefa da Lava Jato.

Membros do Ministério Público não podem ter militância partidária. “Resultados de eleições, bem como preferência ou antipatia por partidos políticos, não podem ser determinantes para suas atuações processuais.

Reportagens mostram que vários de Curitiba não cumpriram as regras”.

Membros do Ministério Público não podem ter militância partidária.

Resultados de eleições, bem como preferência ou antipatia por partidos políticos, não podem ser determinantes para suas atuações processuais.

Reportagens mostram que varios de Curitiba não cumpriram as regras — Flávio Dino (@FlavioDino) 10 de junho de 2019 Um juiz que orienta uma das partes no curso do processo é parcial e suspeito.

Seus atos são nulos.

Está na lei.

E como repetiam nos processos de Curitiba: “a lei é para todos”.

Agora saberemos se “as instituições estão funcionando”.

Elas vivem a partir de hoje seu maior teste. — Flávio Dino (@FlavioDino) 10 de junho de 2019 Lembro que o Brasil é submetido à jurisdição de Tribunais Internacionais, por força de atos legislativos aprovados pelo Congresso Nacional.

Será péssimo se as instituições brasileiras nada fizerem.

Pois é óbvio que sobrevirão condenações dos Tribunais internacionais. — Flávio Dino (@FlavioDino) 10 de junho de 2019 Sergio Moro deve se afastar ou ser afastado do Ministério da Justiça.

Quem instrumentalizou a Justiça Federal para fins eleitorais e partidários pode tentar fazer o mesmo com a Polícia Federal, agora sob seu comando direto. — Flávio Dino (@FlavioDino) 10 de junho de 2019 Flávio Dino já havia feito críticas a Moro antes, como quando ele assumiu a pasta no governo Jair Bolsonaro (PSL), e o governador afirmou que considera uma “mácula” no currículo do ex-magistrado as decisões contrárias ao ex-presidente Lula (PT).

Além disso, falou que o diálogo com político investigados na Lava Jato poderia causar embaraços. “Se o objetivo for disputar eleição, o pior caminho é este. É um péssimo começo”, disse ao Estadão quando Moro foi anunciado para o ministério.

Mensagens de Moro O site The Intercept publicou nesse domingo (9) mensagens atribuídas a Moro e a Dallagnol em que, no aplicativo Telegram, eles conversam sobre as ações da Lava Jato.

Em uma das conversas, o ex-juiz teria feito sugestões sobre operações. “Olá Diante dos últimos . desdobramentos talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”, diz o então magistrado em uma delas, segundo o site.

De acordo com a publicação do The Intercept, Moro teria ainda repassado informações a Dallagnol informalmente. “Entao.

Seguinte.

Fonte me informou que a pessoa do contato estaria incomodado por ter sidoa ela solicitada a lavratura de minutas de escrituras para transferências de propriedade de um dos filhos do ex Presidente.

Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação.

Estou entao repassando.

A fonte é seria”, teria dito.

Entre outra passagem, o ex-juiz teria indicado qual deveria ser sua decisão sobre o processo do ex-presidente Lula (PT).

Resposta Moro afirmou em nota que não há direcionamento na atuação dele, segundo o conteúdo das mensagens.

Segundo Moro, as conversas foram retiradas de contexto e apresentadas de forma sensacionalista. “Sobre supostas mensagens que me envolveriam publicadas pelo site Intercept neste domingo, 9 de junho, lamenta-se a falta de indicação de fonte de pessoa responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores.

Assim como a postura do site que não entrou em contato antes da publicação, contrariando regra básica do jornalismo.

Quanto ao conteúdo das mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato”, disse em nota o ministro.

O Ministério Público Federal (MPF) disse, em nota, que a violação dos celulares dos procuradores é ilegal. “A violação criminosa das comunicações de autoridades constituídas é uma grave e ilícita afronta ao Estado e se coaduna com o objetivo de obstar a continuidade da Operação, expondo a vida dos seus membros e famílias a riscos pessoais.

Ninguém deve ter sua intimidade - seja física, seja moral - devassada ou divulgada contra a sua vontade.

Além disso, na medida em que expõe rotinas e detalhes da vida pessoal, a ação ilegal cria enormes riscos à intimidade e à segurança dos integrantes da força-tarefa, de seus familiares e amigos”.