Após os governadores da Região Nordeste terem assinado uma carta em defesa da manutenção dos Estados na reforma da Previdência, o deputado federal João Campos (PSB-PE), filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, afirmou que o movimento é “legítimo”.
O socialista ressalta, contudo, que a posição não representa apoio ao texto apresentado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo o parlamentar, a carta vem sendo mal interpretada porque apenas defende que as mudanças sejam em “nível nacional”, não deixando para que as Assembleias Legislativas e Câmara de Vereadores a responsabilidade de reformar seus sistemas de aposentadoria. “Foi um movimento legítimo dos governadores e que não representa apoio, ao contrário do que tem sido a interpretação ao conteúdo.
Só diz que em matéria previdenciária a discussão é a nível nacional e não que cada um dos mais de 5 mil municípios e 27 estados enfrentem essas discussões para cada regime próprio.
Tem sentido esse posicionamento”, argumentou o deputado. “Imagine o que são 5 mil municípios discutindo Previdência”, acrescentou.
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Câmara, que assinou a carta com os demais governadores nordestino, foi acusado por Coelho de ter “posição dupla” sobre a reforma.
Para o deputado do Cidadania - autor de uma emenda para a retirada de estados e municípios do texto da reforma -, ao mesmo tempo em que o gestor quer incluir os servidores estaduais na proposta, ele vai “jogando os seus deputados para fazer populismo, demagogia, nas rádios, na televisão, dentro do plenário da Câmara”.
E citou nominalmente o filho do ex-governador Eduardo Campos.
Paulo Câmara (PSB) assinou carta apoiando a reforma da previdência.
Assinatura de jacaré ou de fato?
João Campos, Danilo Cabral, Tadeu Alencar vão votar a favor da reforma ou acham que Paulo Câmara é contra os pobres ao apoiar a proposta? @blogdejamildo @o_antagonista — Daniel Coelho (@DanielCoelho23) 6 de junho de 2019 “A postura do PSB é alinhada com a do governador (Paulo Câmara).
A carta não diz que apoia a reforma.
Os governadores pontuam a necessidade de ajustes, mas a bancada discorda frontalmente do modelo proposto por Bolsonaro”, afirmou João Campos.
Ainda segundo ele, a Câmara está muito dividida sobre a questão de manter ou retirar estados e municípios.
Jabutis Autor de uma emenda para destinação de 20% do que for economizado com a reforma da Previdência para a educação, o deputado ressaltou que suas discordâncias sobre o texto do governo Bolsonaro vão além das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural. “Tem muito mais erros do que isso.
São mais de 10 inconstitucionalidades.
A reforma está errada na concepção.
Não existe economia de R$ 1 trilhão em cima do pobre.
A capitalização, além de desconstitucionalização, vai aumentar a desigualdade”, defendeu.
Na avaliação dele, há “jabutis” no texto, que são conhecidos no jargão político como trechos que são inseridos sem relação com a proposta original.
Algo que é admitido pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. “Tem jabutis do tipo proibir decisão judicial para o fornecimento de medicamentos para doenças raras.
O que isso tem a ver com a questão previdenciária?”, questionou.
Para ele são pontos essenciais na reforma da Previdência: - Acabar com qualquer valor acima do teto do INSS - Alíquotas progressivas - Disfunção em relação a idade minima “Se tiver esses três itens, já é boa parte.
São pontos pacíficos.
O resto fora disso é maldade”, afirmou.