Vereador critica título a Mourão, mas vê nele 'mais condições intelectuais' que Bolsonaro

Na véspera da entrega do título de cidadão recifense ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), o vereador Rinaldo Júnior (PRB) subiu à tribuna da Câmara Municipal para criticar a homenagem. “Aceito de forma democrática, mas acho totalmente desnecessário”, afirmou. “Até admiro sua carreira militar e sei que tem mais condições intelectuais do que o atual presidente”, disse ainda, atingindo também Jair Bolsonaro (PSL).

Rinaldo Júnior enfatizou que ele e Ivan Moraes Filho (PSOL) votaram contra a homenagem, proposta pelo então vereador Marco Aurélio (PRTB), hoje deputado estadual. “Mas, de forma democrática, o povo do Recife decidiu, já que somos nós que defendemos os interesses do povo”, falou.

Foram 28 votos favoráveis. ?

O vereador afirmou que Mourão “não tem qualquer ligação” com o Recife. “O vice-presidente Mourão, em campanha, disse que o 13º salario era uma jabuticaba, que as férias que o trabalhador recebe, injustas”, lembrou ainda.

Para Rinaldo Júnior, o 13º ajuda a alavancar a economia da capital pernambucana.

Rinaldo Júnior (Foto: Carlos Lima/Câmara Municipal do Recife) Nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Mourão serviu no Recife de 1982 a 1985, no Exército.

Essa passagem foi utilizada na justificativa da homenagem proposta por Marco Aurélio. “Não vou estar aqui”, disse, sobre a entrega do título.

Visita de Mourão Antes da entrega do título, marcada para às 16h30, na Câmara, Mourão irá se reunir, às 12h, com empresários em um almoço promovido pelo grupo Lide Pernambuco no Mar Hotel, no bairro de Boa Viagem, na Zonal Sul da capital.

A visita do vice-presidente era prevista para março, mas foi adiada. “Segundo a equipe organizadora da vice-presidência, que já se encontrava na Casa, a razão para o adiamento se deve a compromissos supervenientes que demandam a presença do vice-presidente”, afirmou um comunicado oficial da Câmara no período.

No mesmo dia, Mourão atuava para tentar cessar uma crise provocada pela declaração de Bolsonaro de que só existe democracia e liberdade quando as Forças Armadas assim o quiserem.