Estudantes, professores e integrantes de partidos políticos de esquerda fizeram nesta quinta-feira (30) a segunda manifestação nacional contra o bloqueio de recursos do governo Jair Bolsonaro (PSL) para universidades, duas semanas após o primeiro protesto.

Além das reivindicações para a educação, apareceram em cartazes e discursos políticos no Recife críticas à reforma da Previdência, ao decreto de armas e ao pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

Na capital pernambucana, o protesto começou na Rua da Aurora, no Centro.

Primeiro, professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) promoveram aulas públicas.

Em seguida, políticos e lideranças dos movimentos estudantil e sindical discursaram.

Houve uma passeata até a Praça da Independência, também na área central.

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O socialista é aliado do governador Paulo Câmara (PSB).

Veja fotos do protesto pela educação no Recife Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Uma paralisação de diversas categorias foi marcada para o dia 14 de junho.

A 1ª vice-presidente da União Nacional dos Estudantes em Pernambuco, Diane Barros, enfatizou que a manifestação foi articulada principalmente por estudantes. “Para mostrar que o estudante também está incomodado com o que está sendo tratado e para que não se perca o discurso dos cortes da educação pela Reforma da Previdência”, afirmou.

A Polícia Militar não divulgou a estimativa de quantas pessoas participaram da manifestação.

Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), criticou os bloqueios na educação. “Nos governos Lula e Dilma, houve momentos de contingenciamento.

De quê?

De recursos que estavam sendo ampliados pela rápida expansão de universidades e escolas técnicas pelo Brasil a fora e pelo interior.

Esse chamado contingenciamento do governo Bolsonaro é corte, porque é corte do mínimo destinado à educação pública”, afirmou. “Faz parte não apenas dessa loucura que é inventar que a educação brasileira estaria contaminada pelo que eles chamam de marxismo cultural, mas também há um interesse por trás disso, que é enfraquecer a rede pública e fortalecer a rede privada de ensino”.

O bloqueio de 30% das verbas discricionárias, que não são obrigatórias e servem, por exemplo, para os serviços de limpeza, foi anunciado em abril pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi uma das que anunciaram que poderiam ter serviços paralisados com o corte.

Para o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), o governo Bolsonaro não apresentou projeto para a educação. “O governo está completamente desorientado, não tem um projeto, não apresentou uma meta estatística.

Ou seja, a população começa a tomar consciência de quem realmente elegeu”, afirmou o parlamentar no protesto realizado no Recife. ‘Pacote da barbárie’ de Sérgio Moro Além de protestar contra os bloqueios na educação, houve críticas ao projeto anticrime apresentado por Moro. “Vai aprofundar as desigualdades.

Prevê a criação de um banco genético para a população carcerária, é voltar no direito criminal para o século XIX.

A gente vai explodir os cárceres.

E quem é preso no país?

O sistema criminal tem classe e tem cor”, afirmou a advogada Dani Portela, liderança do PSOL que foi candidata a governadora pelo partido em 2018.

Ela classifica o projeto como “pacote da barbárie”.

Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Ela também criticou o presidente. “É um governo que tem pautado decretos e decretos não são uma forma legítima de se governar.

Ele está passando por cima do Legislativo, então a gente precisa estar na rua para mostrar força e unidade”, disse.

Bolsonaro editou em abril o chamado decreto de armas, que flexibiliza e amplia o porte de armas no País.

Reforma da Previdência Além disso, o protesto foi contra a reforma da Previdência, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. “A gente precisa despertar consciências esclarecidas.

Essa reforma da Previdência não combate privilégios.

Esse governo tem pregado, defendido, essa tese e, se você observar na prática, estão tirando direitos de uma população menos favorecida”, disse Túlio Gadêlha.

Foto: Diego Medeiros/Divulgação “A reforma é ruim em todos os aspectos, não tem nada bom.

Tem item que não tem nada a ver com a reforma da Previdência, contemplando toda a temática econômica, e na nossa avaliação a reforma não serve, não é importante porque tem outras áreas que precisam ser priorizadas ao invés de atacar os trabalhadores”, concordou Isaltino Nascimento.

Saiba o que pensam os pernambucanos sobre a reforma da Previdência