Nesta semana, durante o 12º Encontro Internacional Hannah Arendt, os docentes são usar o nome da alemã para criticar o que classificam como crescimento de regimes autoritários e totalitários ao redor do mundo e a ameaça de colapso na educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil.

O evento faz parte da programação dos 40 anos da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) e pretende fomentar o debate sobre as teorias políticas da filósofa alemã.

O evento trará ao Recife o ex-ministro da Educação, filósofo e cientista político Renato Janine, e o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof), professor Adriano Correia.

Programação A programação acontece nos dias 28, 29 e 30 de maio e inclui, ainda, convidados internacionais, como a professora doutora Beatriz Porcel e o doutorando Adilson Silva Ferraz, ambos da Argentina. “Vamos analisar a realidade brasileira com foco na política a partir de um referencial teórico.

Estamos vivendo tempos em que a democracia, a soberania e os direitos humanos estão em cheque.

Hannah Arendt foi perseguida durante a II Guerra Mundial e, por conta disso, fugiu para os Estados Unidos, onde viveu como refugiada.

Em sua obra mais famosa, ‘As origens do totalitarismo’, retrata a ascensão do nazismo e stalinismo, regimes que têm como essência o terror”, disse o vice-presidente da Adufepe, professor Fernando Nascimento.

Durante o encontro, o filósofo e cientista político Renato Janine lançará seu livro “A pátria educadora em colapso” e discutirá os riscos do contingenciamento de recursos para o ensino público. “O Brasil não foi e nem é uma pátria educadora.

Uma pauta extremamente retrógrada em termos de costumes prevaleceu e isso é muito grave.

O presidente vê a educação muito mais como ameaça do que como oportunidade.

Todo mundo sabe quando está doente, porque tem sintomas, mas a ignorância não é sintomática.

As pessoas não percebem que têm uma educação ruim e insuficiente.

Só quando percebermos, ela será prioridade nacional de fato.

A pátria educadora entrou em colapso”, disse Janine, para a entidade.

O XII Encontro Internacional Hannah Arendt é promovido pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco.

Fundado em 2006, o projeto itinerante percorreu diversas cidades do país promovendo interação acadêmica entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

Também aportou na Universidad Nacional de Rosario, na Argentina.

Ano passado, reuniu mais de 500 pessoas em três dias de atividades em Teresina, no Piauí.

A próxima edição será em 2021, no Rio de Janeiro.