Em evento realizado pela Federação Nacional dos Operadores Portuários, no Recife, nesta quinta-feira (23), os empresários do setor reuniram-se para definir as principais propostas a serem apresentadas ao Governo Federal como contribuição para a formatação do processo de reformulação do sistema portuário nacional e discutir as perspectivas para o futuro.
Entre as principais bandeiras defendidas pela categoria está o fim da centralização pelo Governo Federal das administrações portuárias; a criação de instrumentos para impedir as indicações políticas como critério para escolha de gestores dos portos e a recriação do Conselho de Autoridade Portuária – CAP, onde as principais decisões portuárias possam ser discutidas e os nomes dos dirigentes portuários sejam submetidos à homologação do conselho.
Com relação ao projeto do Ministério da Infraestrutura de privatizar as administrações dos portos no Brasil, o presidente da Fenop, Sérgio Aquino disse que a entidade não tem posição contrária à decisão do Governo, entretanto, acredita que a decisão precisa ser discutida.
Ele lembra que as operações já foram privatizadas desde 1993, o que se mostrou uma medida positiva para o setor.
Quanto a privatização das administrações, ele afirmar que isso não está entre as melhores práticas mundiais. “Nos grandes portos do mundo as administrações continuam sendo públicas.
São públicas mas não são políticas”, disse Aquino.
Para o coordenador executivo da Aliança Pró-Modernização Logística de Comércio Exterior - Procomex, John Edwin Mein, é necessário criar uma proposta positiva com contribuição direta dos operadores portuários, destacar quais atitudes serão tomadas e estabelecer uma relação de confiança com quem pode mudar a realidade do sistema portuário. “Se é preciso fazer ajustes, é preciso união entre as entidades portuárias”, afirmou.
Ele destaca que o sistema portuário está mudando e é preciso estar preparado para as transformações.
Segundo o palestrante, financeiramente, o operador portuário precisará mudar o foco dos negócios. “A lógica do negócio vai modificar totalmente.
Ao invés de ganhar dinheiro com armazenagem, os portos vão ganhar com logística.
Espera-se que haja um aumento significativo no fluxo dos portos”, disse John.
Edwin destacou a importância de desenvolver soluções práticas no sistema portuário para o desenvolvimento nacional. “Existe uma necessidade de mudar como as coisas são feitas para aumentar a competitividade portuária, estar inserido no fluxo internacional de comércio para poder gerar negócios, aumentar investimentos, gerar empregos e viabilizar o ataque à pobreza no país”, afirmou.