Por Tiago Lima Carvalho, em artigo enviado ao blog Governadores de 14 estados assinaram uma carta contra o decreto de Bolsonaro que ampliou a posse de armas.

Ainda bem que vozes conscientes estão lutando contra o Decreto e esse é um dever de todas as pessoas sensatas do país.

Estima-se que o Brasil possua 100 milhões de armas de fogo em circulação.

Cálculos do Instituto Sou da Paz demonstram que o infame decreto de Bolsonaro amplia o acesso de armas para 19 milhões de pessoas.

Esses números são assustadores para um país que tem a cultura da violência.

O aumento das armas, inclusive com artefatos de guerra, gerará um grande impacto na sociedade, municiando ainda mais os criminosos.

Até os anos 90 o Brasil comercializava normalmente armas de fogo.

Dados do Ministério da Saúde e do IPEA mostram que entre 1980 a 2003 houve o alarmante aumento de 8% ao ano nas taxas de homicídios.

Em 1983 o Brasil possuía 14 homicídios por 100 mil habitantes; vinte anos depois, até a vigência do Estatuto do Desarmamento, este índice subiu para 36,1 mortes por 100.000.

Atualmente a taxa está em 29,9.

Os números mostram que se o desarmamento não reduziu sensivelmente os índices de homicídios, pelos menos estabilizou as mortes por arma de fogo, sobretudo entre os jovens, que são os mais vulneráveis. É um erro acreditar que mais armas tornam a sociedade mais segura.

Teremos mais crimes, principalmente entre as pessoas que não são criminosas e que podem matar em momentos de ímpeto e raiva, como em brigas de trânsito, em festas, em relações de vizinhança, entre casais.

O Estatuto do Desarmamento (lei n.10.826, de dezembro de 2003) já permite a posse regular de armas.

Cabe ao Congresso revisar o decreto para ajustá-lo aos limites legais e constitucionais, levando o tema a ser discutido de forma equilibrada, analisando-se as peculiaridades e as necessidades da população.

Dados mostram que 72% dos assassinatos no Brasil ocorrem com armas de fogo, representando mais que o dobro da média mundial, de 35%.

Vamos aumentar ainda mais esses índices vergonhosos?

Arma de fogo raramente é usada com eficiência para a defesa; em regra é usada para matar.

Os especialistas não divergem: mais armas, mais homicídios.

Tiago Lima Carvalho é Secretário Geral da Juventude do PSB de Pernambuco Foto: Carlos Lima/Câmara Municipal do Recife João da Costa critica decreto que regulamenta uso e porte de armas Assinado no início do mês, o decreto do governo federal que regulamenta o uso e o porte de armas no País foi criticado pelo vereador João da Costa (PT) nesta terça-feira (21), durante sessão plenária na Câmara do Recife.

O petista repercutiu a informação de que as novas regras vão permitir que civis adquiram armamentos quatro vezes mais potentes, o que inclui até modelo de fuzil.

João da Costa elogiou os 14 governadores - de vários partidos - que assinaram uma carta pedindo a revogação do decreto presidencial. “Quero reforçar nossa preocupação com o decreto das armas assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Tivemos notícia, por meio da Taurus, de que havia uma fila de dois mil clientes esperando o decreto para comprar o fuzil T4”.

Isso fez as ações da empresa subirem na bolsa de valores de São Paulo.

O governo negou, mas o anúncio da Taurus é sintomático”, afirmou.

O vereador informou ainda que vai apresentar um voto de aplauso à iniciativa dos governadores - entre eles, o de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) - à medida que regulamenta o uso e porte de armas no Brasil. “Queria saudar a carta assinada hoje por 14 governadores de vários partidos contra o decreto das armas. É um debate que precisamos fazer e que é muito sério.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas mostrou que 60% da população brasileira é contra a posse de armas dentro de casa.

Não é verdade que a sociedade brasileira quer se armar.”