Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que, em sua avaliação, a polarização política nas redes sociais tem levado a contestações da democracia em vários países, e o Congresso deve mostrar para a sociedade que tem uma agenda muito racional para o desenvolvimento do País. “Nós não vamos ficar olhando para essas guerrilhas virtuais que existem em todos os campos políticos, é uma confusão enorme esse negócio de rede social.

Se a gente ficar olhando rede social, a gente não faz a [REFORMA DA]Previdência, não melhoramos a educação, saúde”, disse.

Pois bem.

O apelo à racionalidade não funcionou.

No próximo domingo, 26 de maio, para dar resposta às manifestações da oposição contra os cortes na educação, mas oficialmente apenas em apoio a medidas do governo federal, movimentos que se dizem apartidários e lideranças políticas em todo Brasil estarão nas ruas.

De acordo com os organizadores, deve haver a adesão de pelo menos 60 cidades, nas capitais e no Distrito Federal.

Em Pernambuco, a concentração está marcada para às 14h em frente a Padaria Boa Viagem, no Recife.

O deputado Marco Aurélio (PRTB), líder da oposição na Assembléia Legislativa de Pernambuco, apresenta-se por aqui como um dos cabeças do ato, ao lado de movimentos de direita e outros líderes políticos.

Com objetivo de organizar a manifestação, uma reunião foi realizada na última segunda-feira (20), definindo os detalhes e pautas para o ato.

Participaram do encontro o deputado Marco Aurélio, o Coronel Meira, ex-candidato a deputado federal pelo PRB e Marco Aurélio Filho, presidente do PRTB Recife.

Também estiveram no encontro líderes do movimento Direita Pernambuco e do Brasil 200.

O deputado Marco Aurélio disse acreditar que a manifestação será “principalmente para defender as medidas que o Brasil precisa”.

O parlamentar argumenta que “o país não pode ser mais o Brasil do passado, precisa ser um Brasil do futuro”.

Pelas redes sociais, as mensagens pedem intervenção no Congresso e no STF.

Até a deputada do PSL em São Paulo Janaina Pascoal pediu bom senso.

Por aqui, na Alepe, a deputada Clarissa Tércio (PSC) também deu sinal de apoio à manifestação e em seu perfil no instagram a conservadora fez um poste de convocação. “Dia 26 estaremos todos juntos, num grande ato de apoio às mudanças que o nosso Brasil precisa.

Eu creio em dias melhores para nossa nação”, diz o texto da publicação.

Outras lideranças no Estado também estão apoiando o ato, como o Endireita Pernambuco, Grupo B17, liderado pelo Coronel Koury, os participantes do movimento Vem Pra Rua Pernambuco, além de filiados ao partido NOVO, como Charbel Maroun.

Entre as pautas defendidas pela movimentação estariam o pacote contra o crime de Moro, a Reforma da Previdência, permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) no Ministério da Justiça e a aprovação da Medida Provisória 870.

Críticas ao ato por parte de aliados O deputado federal Silvio Costa Filho (PRB-PE), vice-presidente da comissão da reforma da Previdência na Câmara, criticou as manifestações que estão sendo convocadas para o próximo domingo (26), em apoio ao governo Jair Bolsonaro (PSL) e a reação do próprio presidente, que, segundo a Folha de S.

Paulo, estaria cogitando participar de um dos atos. “Estimular as manifestações de rua é um erro do presidente Bolsonaro e de alguns aliados. É preciso que ele gaste as energias tocando a agenda econômica do país com a aprovação das reformas”, disse o parlamentar, pelo Twitter.

O presidente do partido de Bolsonaro, Luciano Bivar (PSL-PE), também ponderou. “Nós fomos eleitos democraticamente, institucionalmente, não há crise ética, não há crise moral, estão se resolvendo os problemas das reformas, então eu vejo sem sentido essa manifestação, mas toda manifestação é válida, é um soluço do povo para expressar o que ele está achando”, disse Bivar ao chegar ao gabinete da liderança do PSL na Câmara.

Além da defesa do governo Bolsonaro, as manifestações são contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Os atos não contarão com os principais grupos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff (PT), há três anos, o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL).

No Recife, o MBL reclamou de ataques que estaria recebendo.

Após anunciar que não participará das manifestações em apoio ao governo Jair Bolsonaro (PSL) no domingo (26), o Movimento Brasil Livre (MBL) vem recebendo ataques da rede bolsonarista.

Segundo a Folha de São Paulo, o próprio Bolsonaro está considerando ir a um dos atos que estão sendo convocados.

Em Pernambuco, o MBL Recife distribuiu uma circular interna com o posicionamento de não integrar as manifestações.

Segundo a coordenadora do movimento na capital pernambucana, Tatielly Salustiano, trechos do texto foram vazados por uma “pseudomilitante”.

Em carta aberta, Tatielly Salustiano diz que há uma “onda massiva de ataques promovidos pelos setores mais radicais da recente direita brasileira” e faz duras críticas à bancada do PSL no Congresso, a qual chama de “cômica e vergonhosa”.

Na avaliação dela, os grupos que atacam o MBL e outros movimento da direita democrática “por puro fanatismo elegeram desde corruptos notórios até atores pornôs”.

LEIA TAMBÉM » MBL adota postura equilibrada e se recusa a tentar solapar Congresso e STF “A reação antidemocrática, antiliberal e criminosa de pulhas defensores do autoritarismo apenas reforça nossas crenças liberais e nossas razões para não participarmos da manifestação intervencionista do próximo domingo (26)”, afirma.

Para Tatielly, a difícil relação de Bolsonaro com o Congresso tem como origem a bancada do partido do presidente.

De acordo com ativista do MBL, a bancada é “formada pelos lacradores da direita, por militares à moda sindical e por aproveitadores de toda ordem”.

Ela critica o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) e o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Coordenadora do MBL Recife, Tatielly Salustiano (Foto: Divulgação) “Não há compromisso do PSL e, até mesmo, de parte do governo e de seus aliados mais radicais em aprovar as reformas urgentes de que necessita o Brasil.

Na verdade, de Alexandre Frota a Vélez e Weitraub, o compromisso deles é em desmontar o Brasil.

Por sorte, ainda há quem, por coerência ideológica e fidelidade ao futuro do Brasil, defenda a Reforma da Previdência e a PL anticrime do Ministro Moro”, diz a carta.

Tatielly também faz críticas a Bolsonaro por não compreender “o valor e a responsabilidade da função que exerce”. “Queremos, ao contrário dos intervencionistas no cio, que o Presidente tome, finalmente, posse da presidência”, diz ela.

A coordenadora do MBL Recife também reclamou de ataques pessoais. “Passei a ser atacada por esses grupos extremistas e acéfalos que causam diariamente as crises que afundam e inviabilizam o governo Bolsonaro.

Entre os grupos que orquestraram os ataques, assédios e ameaças a mim e a outros militantes do MBL, estão o “MPL” – movimento popular liberal – e o Direita Pernambuco”, disse.

Confira a íntegra da carta Muitos devem estar acompanhando a onda massiva de ataques promovidos pelos setores mais radicais da recente direita brasileira a movimentos de direita democrática, especialmente ao MBL.

Enquanto coordenadora municipal, fui posta no meio dessa crise, pois, um pseudomilitante covarde vazou trechos de uma circular do MBL Recife, em que expressávamos aos nossos associados a posição institucional diante da manifestação do dia 26.

A partir disso, passei a ser atacada por esses grupos extremistas e acéfalos que causam diariamente as crises que afundam e inviabilizam o governo Bolsonaro.

Entre os grupos que orquestraram os ataques, assédios e ameaças a mim e a outros militantes do MBL, estão o “MPL” – movimento popular liberal – e o Direita Pernambuco. É público que seus militantes e apoiadores por meio do Twitter, Instagram e Whatsapp, com contas pessoais e fakes, defendem a agressão aos membros do MBL e a entusiasmada adesão à nocente interpretação do que reza o art. 142 da CF/88.

A reação antidemocrática, antiliberal e criminosa de pulhas defensores do autoritarismo apenas reforça nossas crenças liberais e nossas razões para não participarmos da manifestação intervencionista do próximo domingo (26).

Os grupos que hoje atacam o MBL a nível nacional e estadual são os mesmos que elegeram a cômica e vergonhosa bancada do PSL.

Por puro fanatismo, elegeram desde corruptos notórios até atores pornôs.

A frágil relação do Presidente da República com a Câmara dos Deputados nasce na própria bancada do PSL, formada pelos lacradores da direita, por militares à moda sindical e por aproveitadores de toda ordem.

Não há compromisso do PSL e, até mesmo, de parte do governo e de seus aliados mais radicais em aprovar as reformas urgentes de que necessita o Brasil.

Na verdade, de Alexandre Frota a Vélez e Weitraub, o compromisso deles é em desmontar o Brasil.

Por sorte, ainda há quem, por coerência ideológica e fidelidade ao futuro do Brasil, defenda a Reforma da Previdência e a PL anticrime do Ministro Moro.

Quem são os deputados compromissados com o país e o povo?

A maioria deles são do Novo ou do MBL, contando ainda com alguns parlamentares do DEM, Cidadania e outras agremiações.

Nem eu e nem o MBL queremos mal ao Presidente Bolsonaro. É de conhecimento de todos que nossas lideranças nacionais, Kim P.

Kataguiri, Arthur do Val, Renan Santos, Fernando Holiday e outros se dedicaram com afinco à defesa do voto útil a Bolsonaro no 2° turno, sem que solicitassem nada em troca.

Queremos, ao contrário dos intervencionistas no cio, que o Presidente tome, finalmente, posse da presidência.

Somente quando Bolsonaro compreender o valor e a responsabilidade da função que exerce é que poderemos alcançar estabilidade.

O próprio Ministro da Economia Paulo Guedes compreende isso e está engajado na articulação política dentro do Congresso Nacional.

Falta que, assim como Paulo Guedes, os movimentos supracitados entendam a necessidade de colocar o governo para frente, como prometido em campanha, para que não se perca a governabilidade, os valores intrínsecos à democracia e, por conseguinte, tenhamos crescimento econômico.

Tatielly Salustiano, coordenadora MBL Recife.