O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta segunda-feira (13) que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pode ter dificuldades para ter o seu nome aprovado para o Supremo Tribunal Federal (STF). “Está faltando Moro combinar com o Congresso Nacional”, ironizou.

Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesse domingo (12) que espera indicar Moro ao Supermo. “Se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

O ministro negou nesta segunda-feira (13) que tenha estabelecido condição para fazer parte do governo.

Apesar disso, falou que se sentia “honrado” por ter seu nome lembrado pelo presidente. “Não acho que vai ser fácil a aprovação de Moro no Senado para ser ministro do Supremo com essa história pregressa que ele tem, de atuar politicamente e não de acordo com a legislação”, acusou Humberto Costa.

LEIA TAMBÉM » ‘Na 1ª vaga que tiver’, Bolsonaro espera poder indicar Moro ao STF » Moro diz que não estabeleceu condição para integrar equipe de Bolsonaro O petista ainda ligou a declaração de Bolsonaro à condenação de Lula (PT) por Moro, na Operação Lava Jato, levando o ex-presidente à prisão.

A sentença foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Só vem confirmar que tudo isso foi uma grande articulação política.

Já de agora dizer que vai lançar o nome de Moro, que isso foi um acerto quando Moro foi para o governo.

Fica claro que Moro o tempo inteiro atuou contra o presidente lula para impedi-lo de ser candidato a presidente da República”, afirmou o senador.

Condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em 2018, Lula teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A primeira cadeira a ficar vaga na Corte deverá surgir em novembro de 2020, quando o decano Celso de Mello se aposenta pela compulsória, aos 75 anos.

Caso seja realmente indicado por Bolsonaro, Moro deverá passar por sabatina e o nome terá que ser aprovado pelo Senado.

Coaf Após líderes da oposição e do centrão, incluindo o próprio Humberto Costa, articularem a volta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia, o petista disse que acha “difícil” os plenários da Câmara e do Senado reverterem essa posição. “Em todo o mundo, o Coaf ou órgãos parecidos estão na área tributária e financeira e não na área da Justiça.

Não é algo que deva ser usado para ampliar o aspecto policialesco do estado brasileiro”, defendeu.

Apesar da expectativa de que medida provisória fosse votada ainda na última quinta-feira (9) no plenário da Câmara, uma questão de ordem fez com que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrasse a sessão, sem a votação.

No mesmo dia, o relatório de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) havia sido votado na comissão mista, composta por deputados e senadores.

O parecer do pernambucano não previa a mudança no Coaf. *Com informações de Maria Eduarda Bravo e Renata Monteiro, do Jornal do Commercio, e Estadão Conteúdo