O líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados, Augusto Coutinho (PE), defendeu nesta segunda-feira (13) que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) volte para o Ministério da Economia.

A comissão mista aprovou na semana passada o retorno do órgão, que deixaria o Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas a decisão ainda precisa ser ratificada pelos plenários da Casa e do Senado. “E, se quando sair Moro, for nomeado Flávio Bolsonaro?”, questionou o pernambucano.

LEIA TAMBÉM » PSL ‘está dividido’ sobre transferência do Coaf, diz Bivar » Bolsonaro pede ao Congresso que devolva Coaf para Moro Coutinho afirmou que a decisão sobre o Coaf não deve depender do atual ministro da pasta. “Em todo o mundo, você tem o Coaf junto ao Ministério da Fazenda, porque a questão não é Moro estar lá”, disse. “As pessoas passam e as instituições ficam”.

Após líderes da oposição e do centrão articularem a volta do Coaf para a pasta que hoje é comandada por Paulo Guedes, a comissão mista aprovou a mudança.

O texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado.

Filho do presidente Ao citar o nome de Flávio Bolsonaro, o parlamentar enfatizou a ligação do senador, que é filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), com o Coaf.

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, é investigado porque o Conselho detectou uma movimentação considerada suspeita: entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, R$ 1,2 milhão de passou pela sua conta bancária.

Durante esse período, Queiroz atuava no gabinete dele. » MP diz que Flávio Bolsonaro ‘direciona esforços para interromper investigações’ » Flávio Bolsonaro diz que investigação contra ele ‘tem de ser arquivada’ Um ex-funcionário de Flávio Bolsonaro admitiu ao Ministério Público do Rio de Janeiro que depositava, todos os meses, cerca de dois terços de seu salário na Casa na conta de Queiroz.

O Coaf identificou que outros servidores do gabinete de Flávio repassaram parte dos seus salários a Queiroz, na maioria das vezes em datas próximas ao pagamento na Alerj.

A suspeita do MP-RJ é de que o ex-assessor recolhia o dinheiro para si próprio ou para entregar ao então deputado, hoje senador.

Moro é ‘bom nome’ para o STF Apesar de contrariar a opinião de Moro sobre o Coaf, Augusto Coutinho defendeu o nome do ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Jair Bolsonaro afirmou nesse domingo (12) que espera indicar Moro à Corte. “Se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes. » ‘Na 1ª vaga que tiver’, Bolsonaro espera poder indicar Moro ao STF » Moro diz que não estabeleceu condição para integrar equipe de Bolsonaro O ministro negou nesta segunda-feira (13) que tenha estabelecido condição para fazer parte do governo.

Apesar disso, falou que se sentia “honrado” por ter seu nome lembrado pelo presidente. “Eu acho que ele tem todas as prerrogativas para ser ministro do Supremo.

Acho que seria uma grande ministro.

Acho que é, inclusive, um bom nome para a Primeira Corte brasileira”, disse o deputado. *Com informações de Maria Eduarda Bravo e Renata Monteiro, do Jornal do Commercio, e Estadão Conteúdo