O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho (PE), criticou no programa 20 Minutos que foi exibido neste sábado (11) na TV Jornal, o corte nos orçamentos de universidades federais. “Isso é inadmissível, é um erro por completo”, disse ao cientista político Antonio Lavareda. “Essa tese do corte é quase que, no combate do carrapato, manda matar os cachorros.
Não tem nenhum sentido”.
Para Daniel Coelho, há uma “guerra ideológica” envolvida. “Tem que arrumar soluções de financiamento para a educação infantil e as creches sem cortar do ensino superior.
A guerra ideológica não pode ser motivo.
Ficou muito evidente, pelas declarações, que tem um quê aí de retaliação a segmentos do mundo acadêmico que são contrários ao governo”, afirmou. “O segmento acadêmico tem que ser livre”.
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O parlamentar defendeu uma proposta de sua autoria e de Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) sobre o assunto. “Para que empresas adotassem escolas e até alunos”, explicou.
As unidades seriam administradas pela iniciativa privada, incentivadas pelo governo através de renúncia fiscal.
Cortes O corte de recursos foi anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, no início do mês.
Inicialmente, ele afirmou que três universidades federais seriam atingidas.
Porém, depois estendeu para todas as instituições federais.
No caso das universidades, o corte será de 30% dos orçamentos para despesas discricionárias, aquelas de custeio.
Diante da repercussão negativa, Weintraub gravou vídeos explicando o contingenciamento.
Em nota, o MEC afirmou “que o bloqueio preventivo realizado nos últimos dias atingiu apenas 3,4% do orçamento total das universidades federais.
O orçamento para 2019 dessas instituições totaliza R$ 49,6 bilhões, dos quais 85,34% (R$ 42,3 bilhões) são despesas de pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas), 13,83% (R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) são despesas para cumprimento de emendas parlamentares impositivas”.
O pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Galvão, disse há uma semana que as atividades da instituição poderão ser inviabilizadas já no segundo semestre deste ano por causa do bloqueio de R$ 55,8 milhões.
O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) também sinalizou que as atividades podem ser suspensas por causa do corte.