Estadão Conteúdo - O presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), avaliou nesta quinta-feira (9) que três temas já estão “praticamente fora” da proposta: as mudanças na aposentadoria rural, a alteração no benefício assistencial para idosos (BPC) e as novas regras para professores.

Em todos os casos, partidos fecharam questão contra as propostas do governo. “Eu vejo uma capacidade (do governo) de articulação para aprovar uma reforma com impacto fiscal importante, mas não vejo o governo com capacidade de reverter posições já tomadas por partidos”, afirmou.

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O governo pretende exigir 60 anos de idade e 30 anos de contribuição. “Sobre professores, PR e MDB fecharam questão.

Governo não vai ter folga de 60 votos.

Quando saem dois partidos desse tamanho, quem vai ficar para defender?”, alertou.

Outros pontos são “sensíveis”, segundo o presidente, e devem ser alvo de intenso debate, como a desconstitucionalização de regras da Previdência, a capitalização (segundo a qual o trabalhador contribuirá para uma conta individual de aposentadoria) e a inclusão de Estados e municípios. » Tabata Amaral contraria PDT e apoia reforma da Previdência » Opositor admite que governo não deve ter dificuldade com reforma em comissão » No programa Silvio Santos, Bolsonaro defende reforma da Previdência » Filho de FBC diz que Paulo critica reforma em público e defende com Guedes » Joice vai criar ‘gabinete de inteligência’ da Previdência Segundo Ramos, o governo deve ter margem de manobra em pontos que ainda não foram alvo de nenhum partido, como regra de transição.

Onde já há fechamento de questão, porém, só “algo muito extraordinário” para reverter.

O presidente da comissão disse ainda que a proposta de restrição do abono para quem ganha até um salário mínimo “vai ser uma queda de braço” no Congresso.

A proposta tem impacto significativo na reforma, com economia de R$ 169,4 bilhões em dez anos.

Ramos comandou nesta quinta mais uma audiência pública sobre a reforma da Previdência, com a participação de quatro economistas: Eduardo Moreira, Eduardo Fagnani, Paulo Tafner e Pedro Nery.

Saiba o que pensam os pernambucanos sobre a reforma da Previdência