O deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) revelou, em entrevista nesta terça-feira (7) à CBN local, que a Prefeitura do Recife estaria planejando transformar o terreno do antigo Aeroclube, em Boa Viagem, no “Parque Eduardo Campos”.
A informação, segundo Wanderson, foi repassada pelo ex-vereador Henrique Leite, secretário de Governo da Prefeitura do Recife, três semanas atrás. “Pernambuco desonra suas tradições.
Eduardo Campos certamente estaria constrangido.
Pernambuco não é um Maranhão, não é uma Bahia, onde esse tipo de prática é comum.
Daqui a pouco a gente vai sair da rua Eduardo Campos para entrar na avenida Eduardo Campos”, criticou Wanderson, na rádio.
Wanderson deixou um projeto, quando vereador do Recife, para denominar o terreno como “Parque Boa Viagem”, mas Henrique Leite informou que a intenção da gestão era fazer mais uma homenagem a Eduardo Campos, ex-governador falecido em 2014.
NA OPOSIÇÃO Não se sabe se por isto, o deputado Wanderson Florêncio (PSC) anunciou, nesta segunda-feira (6), ter deixado a bancada governista da Alepe.
Segundo o parlamentar, a decisão foi tomada, entre outros motivos, pela falta de diálogo com os deputados aliados, pela aliança com o PT nas eleições de 2018 e pelo que ele vê como “campanha antecipada das eleições de 2020 por parte do PSB na Capital”. “Após três meses de mandato, não consigo me manter na desesperança desse grupo político no qual não mais acredito. É um desestímulo fazer parte da base do Governo, pois o Executivo faz ouvidos moucos para esta Casa, numa relação gélida, hostil e desatenciosa com seus aliados”, afirmou.
Deputado alega pré-campanha de João Campos para deixar base Ex-líder da base de Geraldo Julio (PSB) quando era vereador, o agora deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) anunciou nesta segunda-feira (6) que migrou para a oposição a Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa.
O parlamentar alegou que discorda da aliança dos socialistas com o PT, acusou o governador de “fazer ouvidos moucos” em relação aos deputados e, no Recife, denunciou um suposto uso da prefeitura para pré-campanha de João Campos (PSB) à sucessão municipal.
Wanderson Florêncio é do partido do deputado federal André Ferreira.
O PSC trocou no ano passado o apoio a Paulo Câmara pelo grupo de oposição que lançou a candidatura do então senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo estadual, derrotado pelo socialista.
Ferreira havia reivindicado uma das vagas ao Senado na Frente Popular, mas não conseguiu o espaço.
Na oposição, o vereador Fred Ferreira (PSC), cunhado dele, foi candidato a vice do petebista.
Para 2020, esse grupo de oposição tem como pré-candidatos o líder da bancada na Assembleia, Marco Aurélio (PRTB), e André Ferreira.
Ambos estavam na coletiva de imprensa em que o deputado anunciou que deixou a base do governo Paulo Câmara.
Wanderson Florêncio (Foto: Jarbas Araújo/Alepe) Leia a íntegra da nota de Wanderson Florêncio: “Em respeito aos pernambucanos e pernambucanas que nos elegeram para o mandato deputado estadual nas últimas eleições, venho anunciar nossa saída da base do governo Paulo Câmara após aproximadamente seis anos de serviços prestados à cidade do Recife e ao nosso estado através de aliança e colaboração com os governos do PSB.
Em 2014 iniciamos essa relação ao assumir a Diretoria de Atendimento do Detran-PE, ainda no governo Eduardo Campos e, posteriormente, João Lyra Neto.
Em seguida, por duas legislaturas como vereador do Recife, compondo a base de sustentação do prefeito Geraldo Júlio, chegando a ser um de seus lideres no início deste atual mandato.
Como deputado estadual, seguimos o mesmo posicionamento, ao compor a base de apoio do governador Paulo Câmara.
Ocorre que ultrapassado três meses do inicio do mandato, tenho a triste constatação de que o governo do estado faz ouvidos mocos para o legislativo estadual, nutrindo uma relação fria, desatenciosa e insolidária com a base aliada.
Agregando-se a isso, o desestimulo em observar que o protagonismo sempre reservado a Pernambuco no debate e importância nacional vem sendo perdido, por uma medonha aliança com o PT, em âmbito local e nacional, a qual não me representa, e que vem levando, a meu ver, a defesa de teses populistas, irrealistas e rasas, como conseqüência: a nível local, o não reconhecimento de pontos críticos do governo que merecem enfretamento e; no âmbito federal, sem postura de liderança, apequena as tradições políticas do governo de Pernambuco que hoje se encontra na série B da importância política nacional.
Somando-se a isso, frente ao nosso indelegável compromisso com a cidade do Recife, é com tristeza, a constatação de que a gestão do prefeito Geraldo Julio cegou!
Não há mais de se falar em planejamento urbano, em causas coletivas e iniciativas governamentais republicanas, o que realmente vem ocorrendo por lá é o indevido uso da maquina pública e, o interesse notório do governo, em favorecer a pré-candidatura a prefeito do deputado federal João Campos, que constrange os agentes políticos locais e usurpa da maquina pública municipal, não respeitando os princípios da impessoalidade, da razoabilidade e da moralidade, basilares da administração pública.
Desta maneira, não posso concordar com o que se transformou o Palácio Capibaribe, a prefeitura da cidade do Recife, que mais parece desde as ultimas eleições, um grande comitê eleitoral do extemporâneo candidato a prefeito do Recife, João Campos!
Desta forma, após três meses desempenhando nosso mandato, não consigo me manter na desesperança e na inquietude de fazer parte de um grupo político ao qual não mais acredito e que me foge a identidade.
Comprometi-me quando candidato a trazer o cheiro do povo, o sentimento do povo pernambucano para esta Casa.
E jamais arredaria o pé desse compromisso e desses valores.
Desse modo, por ter plena independência nas nossas relações políticas, considero que na oposição teremos o melhor caminho a seguir, pelas considerações trazidas acima e por entender que o conjunto de forças que hoje compõe a oposição no nosso estado, traduz com fidelidade, o real sentimento do povo pernambucano.”