Um dia depois de o PSB lançar uma campanha contra a reforma da Previdência, nesta quarta-feira, o governador do Estado, Paulo Câmara, terá, nesta quinta-feira, um primeiro encontro com o presidente Bolsonaro, em Brasília.
Na semana passada, o PSB fechou questão contra a reforma.
A agenda do governador Paulo Câmara com com o presidente da República, Jair Bolsonaro, será realizada em meio ao encontro com governadores do Nordeste, no Palácio do Planalto, no Brasília.
O evento está marcado para as 15 horas.
Drible em Bolsonaro Nesta quarta-feira, o governador trocou o encontro dos governadores com Bolsonaro, Maia e Alcolumbre, em Brasília, por uma visita à sede da empresa de tecnologia, em São Paulo, quando a diretoria da multinacional revelou um plano de expansão no Recife.
Segundo anunciou o governo do Estado, o parque tecnológico pernambucano ganhará um reforço de 2,5 mil novas vagas de emprego nos próximos dois anos.
O incremento previsto para o setor de TIC foi anunciado nesta quarta-feira (8) pela Accenture, que mantém no Recife seu único Innovation Center no Brasil, considerado o maior da América Latina, onde já trabalham 2,5 mil profissionais.
A expansão foi detalhada pelo CEO Leonardo Framil, em reunião com o governador Paulo Câmara e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, em São Paulo.
A diretora executiva do Centro de Tecnologia e Inovação da Accenture para América Latina, Flávia Picolo, também participou do encontro. “O crescimento da Accenture em Pernambuco está sintonizado com o nosso investimento na educação.
Estamos estreitando o relacionamento com a empresa, para facilitar o plano de expansão dela e garantir mais oportunidades para nossos jovens”, disse o governador Paulo Câmara, por meio de nota oficial.
PSB anuncia campanha contra No mesmo dia em que Bolsonaro reuniu-se com os governadores, nesta quarta-feira, em Brasília, para pedir ajuda para a reforma da Previdência, o PSB lançou nesta quarta-feira (8/5) uma campanha nacional crítica à proposta de reforma apresentada pelo governo federal.
As animações produzidas em computação gráfica, com linguagem simples, serão apresentadas em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais do partido, a partir das 19h20min, com a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Na série de cinco vídeos, com duração média de 1’30” cada, o PSB critica pontos da reforma, como adoção do sistema de capitalização, cortes no Benefício de Prestação Continuada e mudanças na aposentadoria rural, de mulheres e de professores.
Vários já foram abandonados.
De acordo com o PSB, a campanha será veiculada em redes sociais, aplicativos de mensagens e portais.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que “a ideia é mostrar que a reforma defendida pelo governo pretende acabar com políticas instituídas na Constituição de 1988, penalizando a maioria da população, em especial, os trabalhadores, idosos e as mulheres”. “A reforma da Previdência é o terceiro grande atentado ao regime civilizatório estabelecido em 1988, depois da aplicação do teto sobre os gastos públicos e da reforma trabalhista aprovada pelo governo de Michel Temer.
A reforma da previdência é o maior empreendimento de parte de nossa elite, na tarefa de destruição da rede de proteção social ainda incipiente que o país logrou construir nos últimos 30 anos”, afirma.
CAPITALIZAÇÃO Em um dos vídeos, o PSB afirma que o “governo Bolsonaro está tentando vender uma reforma que não é nada boa para a população, que vai diminuir conquistas que levaram anos pra serem implementadas”.
A peça diz que a reforma implica no fim do sistema solidário de previdência, a partir da adoção do modelo de capitalização, a exemplo do que aconteceu no Chile. “É o fim de um sistema solidário, onde os que produzem hoje ajudam os que já contribuíram com o seu trabalho, ou que não podem mais trabalhar.
O governo quer adotar um sistema de capitalização que vai privilegiar parte da elite.
Só pra você lembrar, um sistema parecido foi implantado no Chile durante a ditadura militar de Pinochet, ainda na década de 80.
Hoje, o Chile sofre com o suicídio de idosos”, diz o partido.
O próprio Paulo Guedes já desmentiu essa versão das mortes em plenário.
A animação encerra, como todas as demais, com a frase: “Reforma da Previdência: Se não é boa para os brasileiros, não é boa para o Brasil.” FAKE Em outra peça da campanha, o PSB nega que a Previdência seja a causa da crise econômica. “Essa é mais uma justificativa mentirosa pra atacar as conquistas sociais da Constituição Cidadã”.
O partido classifica como “fake” argumentos de que a reforma atingirá a todos, que gerará emprego e que sem ela o país irá quebrar. “Esses homens estão mentindo pra você”, adverte o clipe, enquanto mostra lado a lado o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro. “Outra grande mentira é o déficit da Previdência, uma das principais justificativas para a reforma”.
Na mesma peça, o partido diz que os recursos destinados à Seguridade Social são desviados para outros fins, principalmente para o pagamento de dívidas públicas. “O que realmente afeta o sistema previdenciário é a má gestão e a sonegação.
Nesta reforma, os mais pobres vão pagar pelos mais ricos”, destaca o vídeo, acrescentando que os mais afetados pela reforma serão os trabalhadores, os idosos e as mulheres do campo e da cidade.
De acordo com Carlos Siqueira, o PSB reconhece que há uma questão previdenciária a ser enfrentada, mas não com as mudanças previstas na PEC n° 6/2019. “Estas aprofundam a desigualdade e a aumentam a concentração de renda”, considera.
PROMESSAS Com a reprodução de entrevistas do ex-presidente Michel Temer e de Paulo Guedes, além de reportagens de TV mostrando enormes filas de desempregados, em outro vídeo o PSB compara a reforma de Bolsonaro com a reforma trabalhista de Temer. “O partido questiona a promessa repetida à exaustão pelos dois governos de reduzir as desigualdades e acabar com privilégios.
Veja o que o ministro Guedes chama de redução de desigualdades: aumento do tempo de contribuição dos trabalhadores rurais, das mulheres e dos professores.
O governo Bolsonaro diz que vai atacar os privilégios, mas a proposta dele atinge idosos e deficientes em condições de miserabilidade”, critica o partido.
Na peça, o PSB diz que os pobres de 65 anos hoje ganham um salário mínimo para ter alguma dignidade na velhice.
O governo, enfatiza o partido, quer pagar apenas R$ 400 a partir dos 60 anos e jogar para depois dos 70 o direito que já existe hoje.