A Comissão Especial que analisa a Reforma da Previdência fará sua primeira reunião de trabalho nesta terça-feira.

Os parlamentares têm 10 sessões para a apresentação de emendas e, depois, o relatório pode ser apresentado e votado num prazo de 11 a 40 sessões.

O relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), disse em entrevistas que pretende apresentar o documento no início do prazo.

O presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), espera que a proposta seja votada até junho na comissão.

Ambos, no entanto, ressaltaram que os trabalhos devem ser coordenados com a construção de maioria no Plenário.

Pois bem.

Nesta mesma terça-feira, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, prometeu apresentar à imprensa nesta quarta-feira (8/5), às 14h30, em Brasília, a campanha “ESSA Reforma da Previdência NÃO!”.

Foram produzidas cinco animações em computação gráfica para serem disseminadas em redes sociais, aplicativos de mensagens e portais.

A ação também prevê o uso de gifs e cards. “Com linguagem simples, a campanha tem o objetivo de esclarecer a população e mobilizá-la contra a proposta de reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro”.

Os aliados também estão na mesma linha, com um ato político em Olinda contra a “reforma”.

De acordo com a agremiação comunista, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em Pernambuco, em parceria com as entidades, convocou a população do Recife, Olinda e demais cidades da Região Metropolitana, a participar de Ato Político contra a “reforma” da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, “em defesa da democracia no Brasil”.

O evento acontece nesta quinta-feira (9), a partir das 17h, na Praça Laura Nigro, na Cidade Alta, Olinda.

Além do PCdoB promovem o ato político contra a reforma, PT, PSB, PSol e PDT; as centrais sindicais: CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil e CUT – Central Única dos Trabalhadores; bem como, SINTEPE, SINPRO, SIMPMOL, JSB, UJS, UEP, UMES, Unegro, MNU e UBM – União Brasileira de Mulheres. “Hoje a classe trabalhadora vê seu futuro ameaçado, pois sob o manto da eliminação de “privilégios”, o governo Bolsonaro quer, de fato, acabar com a Previdência pública e aumentar o lucro dos bancos por meio do sistema de capitalização.

Pela “reforma” proposta o trabalhador urbano terá ampliada a idade mínima para aposentadoria; os benefícios das viúvas e dos idosos mais pobres serão desvinculados do salário mínimo e reduzidos em 40%; os professores/as só poderão se aposentar depois dos 60 anos; e os trabalhadores rurais terão ampliado o tempo de contribuição para 20 anos.

O que é inaceitável!

Por isso, defenda sua aposentadoria.

O PCdoB chama pra luta!”, argumentam. “A sociedade precisa se apropriar do debate da Previdência”, diz Danilo Cabral Para o deputado federal Danilo Cabral (PSB), a população precisa se incorporar ao debate sobre a Reforma da Previdência.

Segundo ele, o governo deve tentar imprimir uma tramitação rápida do texto na Comissão Especial, sem ampliar o debate. “É uma matéria que afeta a vida de todos os brasileiros.

A sociedade precisa se apropriar do debate da Previdência”, afirmou o parlamentar durante audiência pública sobre a Reforma da Previdência no Tocante aos Integrantes Civis da Segurança Pública, realizada na Assembleia Legislativa. “Dos 49 integrantes da comissão especial, cerca de 30 são da bancada governista, então, assim como foi na Comissão de Constituição e Justiça, o governo não deverá ter dificuldade em aprovar o relatório”, opinou Danilo Cabral.

O deputado ressaltou que é preciso “ter foco” na apresentação de emendas para tentar emplacar mudanças no texto que será votado no Plenário.

Na Alepe, Danilo Cabral reafirmou o fechamento de questão do PSB contra a Reforma da Previdência. “Nós apresentamos um voto em separado que elencou 20 inconstitucionalidades na matéria.

Defendemos a realização de um ajuste nas regras previdenciárias, mas isso precisa ser feito com transparência e com a participação da sociedade”, afirmou.

O deputado acrescentou que o partido quer fazer um debate construtivo e, por isso, apresentou dois projetos de lei, que, juntos, permitem a arrecadação de R$ 1,2 trilhão em dez anos. “Propusemos regulamentar a cobrança de imposto de grandes fortunas e revogação da lei que prevê isenção dos lucros e dividendos”, explicou.

Equipe econômica diz que Pernambuco vai economizar R$ 12 bilhões em dez anos, com reforma da Previdência No estudo divulgado no mês passado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia , o governo Bolsonaro diz que o governo de Pernambuco terá uma economia de R$ 12 bilhões em dez anos.

O governo federal sustenta que o cálculo é feito com base no que deixará de ser gasto com aposentadorias, pensões e benefícios de servidores e militares.

Os dados estão sendo divulgados um dia depois de a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ter dado o aval para o trâmite legislativo.

A Bahia é o segundo estado mais beneficiado, com uma economia de R$ 21 bilhões.

A maior contradição é que os dois estados, como outros na região, são governador por partidos de oposição que são contrários ao projeto da reforma, desde a queda do governo Dilma e Lula, que também tentaram promover ajustes.

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem O PSB tem colocado seus caciques e aliados para criticar o ajuste nas contas públicas, possivelmente de olho nas eleições de 2020.

No Nordeste, o valor é R$ 76,24 bilhões; no Sul, R$ 53,89 bilhões; no Centro-Oeste, R$ 50,47 bilhões e no Norte, R$ 35,68 bilhões.

No Sudeste, a estimativa é de que essa economia possa chegar a R$ 134,38 bilhões em 10 anos.

Déficit O secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, comentou, nesta quarta-feira, que o valor que os governos estaduais deixarão de gastar a partir da Nova Previdência poderá, em alguns casos, sanar seus déficits previdenciários.

De acordo com dados do final de 2018, apenas quatro estados fecharam o com saldo previdenciário positivo: Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins.

Os demais possuíam um déficit que, somado, chegava a R$ 90 bilhões anuais. “Mais da metade do que o Brasil arrecada vai para a Previdência, e isso só cresce.

São imposições demográficas, despesas obrigatórias, e o Brasil acaba não investindo”, observa Bianco.

Se dependesse dos pernambucanos na CCJ, reforma não avançaria Depois de dez horas de uma sessão bastante tumultuada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nessa terça-feira (23) o parecer a favor da admissibilidade da reforma da Previdência.

Foram 48 votos sim ao relatório contra 18 não.

No colegiado – que aprovou o relatório do deputado federal Marcelo de Freitas (PSL-MG) -, Pernambuco tem quatro representantes.

Nem mesmo o reforço de um integrante da bancada do Estado, que é suplente da CCJ e acabou votando o parecer, mudou o placar sobre a reforma.

Caso dependesse apenas dos deputados pernambucanos, o texto seria rejeitado no colegiado.

Foram três votos contrários e apenas dois a favor.

O cenário desfavorável à reforma, considerando apenas os pernambucanos na CCJ já era previsto, conforme matéria do Blog de Jamildo com o posicionamento de toda a bancada federal do Estado.

Não houve surpresas.

Membros titulares do colegiado, os deputados Danilo Cabral (PSB), João Campos (PSB) e Renildo Calheiros (PCdoB) votaram contra.

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o deputado pastor Eurico (Patriota), o outro integrante titular da comissão, votou a favor apesar de ter ressalvas quanto ao texto, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural.

Suplente, o deputado Augusto Coutinho, líder do Solidariedade, acabou assumindo um das vagas da legenda e votou sim ao parecer pela admissibilidade da proposta.

LEIA TAMBÉM » Após dez horas de sessão, CCJ dá aval à discussão do projeto da reforma da Previdência » Partidos trocam nomes na CCJ para privilegiar favoráveis à reforma » DEM ameaça deixar a sessão de votação da reforma da Previdência » Danilo Cabral entra com ação no STF para ‘obrigar’ Guedes a mostrar dados da Previdência » Após acordo para retirar pontos da reforma, CCJ volta a discutir Previdência Além da posição majoritária contra o parecer da reforma, a bancada de Pernambuco, por meio de um dos seus integrantes, protagonizou uma das ações para obstruir a análise do relatório.

Renildo Calheiros foi um dos autores de requerimentos pedindo o adiamento da votação.

Foi rejeitado como os outros cinco pedidos da oposição.

Filho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos fez questão de gravar o seu voto em um vídeo para as suas redes sociais. “É inconstitucional (o texto da reforma).

Hoje foi um dia duro.

A gente fez o possível.

Conseguimos alterar parte (do relatório)”, disse João Campos antes de declarado o resultado pelo presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR).

Danilo Cabral comentou o empenho dos partidos do chamado Centrão na votação do parecer. “O Centrão que garantiu a aprovação da CCJ.

Isso foi um recado, que eles (Centrão) queriam mostrar ao governo que sem eles, não teria aprovação da reforma.

E pelo o que a gente viu é que o governo capitulou, digo essa palavra porque foi o que ele pregou na campanha, ao velho toma lá dá cá”, disse Danilo.

Já pastor Eurico criticou o discurso da oposição e citou o período em que o PT governou o país para questionar a posição da esquerda. “O pessoal contrário está tentando marginalizar todos que votaram a favor da reforma.

Eu estou saindo como responsável por defender o mal para a população.

Agora é importante salientar que eles que passaram 14 anos no poder e por que não resolveram?

E deixaram esse buraco, essa calo que precisamos enfrentar agora?

Se não houver a reforma, vamos ter dificuldade com os aposentados”, disse o aliado de Bolsonaro.

Saiba o que pensam os pernambucanos sobre a reforma da Previdência