Por Adriano Oliveira, no JC deste domingo Os eleitores nordestinos são majoritariamente lulistas.

Isto não significa, contudo, que o antilulismo esteja ausente da região.

O lulismo é uma manifestação positiva dos eleitores nordestinos para com o ex-presidente.

Tal manifestação representa gratidão pelas políticas sociais realizadas nas eras Lula.

Representa também, boas lembranças.

Segundo uma eleitora, conforme revelou pesquisa qualitativa realizada pela Cenário Inteligência, o “presidente Lula fez o Estado bater em nossa porta”.

O presidente Bolsonaro, intencionalmente ou não, relega, até o instante, o Nordeste.

Até o momento, o presidente Bolsonaro não veio à região.

Tal decisão é equivocada, pois o Nordeste representa, majoritariamente, o seu principal adversário, o lulismo.

E é no Nordeste que o presidente Bolsonaro tem índices preocupantes de avaliação.

Segundo recente pesquisa Datafolha realizada no início do mês de abril, 39% dos eleitores nordestinos reprovam o governo Bolsonaro. 24% o aprovam. 68% afirmam que ele fez menos pelo país do que esperavam. 61% consideram que ele trabalha pouco.

E 68% afirmam que ele respeita mais os ricos.

Observem que os sentimentos do eleitor nordestino não são positivos para com o governo Bolsonaro no momento.

No próximo ano, ocorrerão eleições municipais.

Irão existir competidores que evocarão o bolsonarismo para vencer a eleição para prefeito.

Tal estratégia é adequada?

Neste instante, observo que numa eleição polarizada entre as categorias Esquerda versus Direita, o lulismo levará vantagem.

Em particular, se esta polarização ocorrer em cidades com mais de 50 mil eleitores e em capitais.

Obviamente, gestores bem avaliados podem anular o debate entre Esquerda versus Direita.

O presidente Bolsonaro insiste que o seu principal adversário é Lula, o PT e a Esquerda.

Deste modo, se ele é sábio, o quartel-general lulista precisa ser atacado com ações que promovam a satisfação do eleitorado nordestino.

Caso não, é possível que em 2020 as eleições no Nordeste venham representar um forte recado ao presidente, isto é, o desempenho eleitoral do bolsonarismo poderá ser sofrível.

Como conquistar o eleitor nordestino?

Simples.

Políticas de inclusão social e geração de empregos.

E uma reforma da Previdência que não permita que o nordestino crie o sentimento de que foi atingido negativamente por ela.

O governo Bolsonaro fará?