A Coordenação Socialista Latino-americana (CSL), entidade formada por partidos socialistas e movimentos políticos de 11 países da América Latina e Caribe, divulgou neste domingo (5/5) a Declaração de Lima, com as conclusões da reunião que promoveu na capital do Peru neste final de semana.
No documento, sobre a crise da Venezuela, os socialistas defendem os princípios da autodeterminação dos povos e criticam o Grupo de Lima. “Por ter se tornado na prática, um braço internacional operador da agressão e da ingerência dirigida por Donald Trump contra a soberania e a autodeterminação daquele país”.
De acordo com o texto, a CSL exige dos governos do Grupo de Lima que cessem as ações violentas que “buscam subverter a democracia e a institucionalidade” em Venezuela.
A declaração ainda denuncia os “graves riscos” à soberania dos países da região devido “à estratégia de privatização dos recursos e serviços públicos, que afeta o exercício dos direitos básicos da sociedade”.
O documento inclui informes da Colômbia e do Brasil. “Sobre a grave situação de violação de direitos humanos e políticos contra Angela María Robledo – que nas últimas eleições foi candidata a vice-presidente da República, pelo Partido Verde, na chapa de Gustavo Petro - e a prisão do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, considerada “injusta e política”.
A manifestação da CSL destaca as ameaças à Amazônia e aos povos indígenas do continente, e estabelece como pilares da luta das mulheres “paridade e alternância, a luta contra a violência de gênero e a participação política na tomada de decisões”.
Durante o encontro, que teve como tema central “Socialismo Latino-americano para a paz e o bem-estar social”, os participantes escolheram a nova direção da CSL para o próximo triênio, que será coordenada pelo deputado federal e líder da Oposição Alessandro Molon, do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Por decisão unânime, Molon sucede ao companheiro de partido, o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque.
Participaram da reunião 30 representantes da Argentina (Partido Socialista da Argentina), do Brasil (Partido Socialista Brasileiro - PSB e Partido dos Trabalhadores - PT), Colômbia (Movimento Colômbia Humana), México (Partido da Revolução Democrática - PRD), Paraguai (Partido Revolucionário Febrerista - PRF) e Peru (Partido Socialista - PS e Movimento Novo Peru), além dos congressistas peruanos Tania Pariona (MNP) e Alberto Quintanilla (PS-MNP) e de representantes do Movimento ao Socialismo Allendista, do Chile.