O senador Humberto Costa (PT) afirmou no programa Cidade em Foco, da Rede Agreste de Rádios, que o Partido dos Trabalhadores deve discutir com o PSB e o PCdoB a formação de alianças nos municípios de Pernambuco para as eleições do próximo ano.

Apesar disso, frisou que o fato de estar no governo não impõe um acordo com os aliados para o pleito na capital, por exemplo. “Recife é uma cidade importante, já governamos três vezes e o PSB está na administração.

Certamente é uma equação que vai desafiar todos nós”, disse o petista. “Pretendemos fazer essa conversa em conjunto.

Cada um vai colocar suas prioridades, onde não podemos abrir mão de jeito nenhum e outras cidades onde pode haver entendimento”, explicou. “O fato de nós estarmos na prefeitura (do Recife) e no governo do Estado não significa que tenhamos que marchar necessariamente com uma candidatura do PSB no Recife ou em outros municípios, vamos tentar ao máximo construir acordos, mas não há um compromisso prévio, uma definição de agora, que nós tenhamos que apoiar o PSB em tais e quais lugares”.

Humberto Costa afirmou que o PT entende que as discussões sobre 2020 devem começar agora, primeiro internamente no partido.

Segundo o senador, inicialmente a sigla deverá definir a sua estratégia, tanto nacionalmente quanto no Estado, para iniciar as discussões com os partidos aliados.

Essas conversas externas, de acordo com o parlamentar, devem ficar para o fim do ano, após a renovação da direção local.

Aliança PT e PSB retomaram a aliança em agosto do ano passado, quando, em um acordo que envolveu a direção nacional petista, o nome de Marília Arraes foi rifado para que o partido entrasse na chapa de Paulo Câmara (PSB).

Humberto Costa disputou a reeleição ao Senado na Frente Popular.

O rompimento foi em 2012, quando, sem uma decisão do PT sobre lançar João da Costa à reeleição, o PSB rompeu com os petistas e lançou Geraldo Julio à PCR.

O Partido dos Trabalhadores se dividiu e chegou a fazer prévias, lançando Humberto Costa como candidato a prefeito e João Paulo a vice, derrotados ainda no primeiro turno.

No ano seguinte, para viabilizar a candidatura de Eduardo Campos à presidência, os socialistas deixaram o governo Dilma Rousseff (PT) e, em 2014, apoiaram nacionalmente Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.

No Estado, o PT ficou com Armando Monteiro (PTB) na eleição.

Este ano, após a vitória da chapa, o PT indicou nomes para o primeiro escalão de Paulo Câmara - Dilson Peixoto, na Secretaria de Desenvolvimento Agrário - e de Geraldo Julio - Oscar Barreto na pasta de Saneamento.

Além disso, o vereador João da Costa, que assumiu a vaga deixada por Marília Arraes na Câmara do Recife após vencer a eleição para deputada federal, anunciou o retorno do PT à Frente Popular.

Marília Arraes Na semana passada, oito meses após ter a candidatura ao governo rifada, Marília Arraes afirmou, em entrevista à Rádio Cultura do Nordeste, estar à disposição para disputas majoritárias em 2020 e 2022.

Apesar da aliança do PT com os socialistas, a parlamentar voltou a criticar Paulo Câmara, a quem atribui “incompetência”, e comparou o caso a 2010, quando as duas siglas eram aliadas e romperam dois anos depois.

Para 2020, um dos nomes cotados no PSB é do primo dela João Campos.