No estudo divulgado nesta quarta-feira pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia , o governo Bolsonaro diz que o governo de Pernambuco terá uma economia de R$ 12 bilhões em dez anos.

O governo federal sustenta que o cálculo é feito com base no que deixará de ser gasto com aposentadorias, pensões e benefícios de servidores e militares.

Os dados estão sendo divulgados um dia depois de a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ter dado o aval para o trâmite legislativo.

A Bahia é o segundo estado mais beneficiado, com uma economia de R$ 21 bilhões.

A maior contradição é que os dois estados, como outros na região, são governador por partidos de oposição que são contrários ao projeto da reforma, desde a queda do governo Dilma e Lula, que também tentaram promover ajustes.

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem O PSB tem colocado seus caciques e aliados para criticar o ajuste nas contas públicas, possivelmente de olho nas eleições de 2020.

No Nordeste, o valor é R$ 76,24 bilhões; no Sul, R$ 53,89 bilhões; no Centro-Oeste, R$ 50,47 bilhões e no Norte, R$ 35,68 bilhões.

No Sudeste, a estimativa é de que essa economia possa chegar a R$ 134,38 bilhões em 10 anos.

Déficit O secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, comentou, nesta quarta-feira, que o valor que os governos estaduais deixarão de gastar a partir da Nova Previdência poderá, em alguns casos, sanar seus déficits previdenciários.

De acordo com dados do final de 2018, apenas quatro estados fecharam o com saldo previdenciário positivo: Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins.

Os demais possuíam um déficit que, somado, chegava a R$ 90 bilhões anuais. “Mais da metade do que o Brasil arrecada vai para a Previdência, e isso só cresce.

São imposições demográficas, despesas obrigatórias, e o Brasil acaba não investindo”, observa Bianco.

Se dependesse dos pernambucanos na CCJ, reforma não avançaria Depois de dez horas de uma sessão bastante tumultuada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nessa terça-feira (23) o parecer a favor da admissibilidade da reforma da Previdência.

Foram 48 votos sim ao relatório contra 18 não.

No colegiado – que aprovou o relatório do deputado federal Marcelo de Freitas (PSL-MG) -, Pernambuco tem quatro representantes.

Nem mesmo o reforço de um integrante da bancada do Estado, que é suplente da CCJ e acabou votando o parecer, mudou o placar sobre a reforma.

Caso dependesse apenas dos deputados pernambucanos, o texto seria rejeitado no colegiado.

Foram três votos contrários e apenas dois a favor.

O cenário desfavorável à reforma, considerando apenas os pernambucanos na CCJ já era previsto, conforme matéria do Blog de Jamildo com o posicionamento de toda a bancada federal do Estado.

Não houve surpresas.

Membros titulares do colegiado, os deputados Danilo Cabral (PSB), João Campos (PSB) e Renildo Calheiros (PCdoB) votaram contra.

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o deputado pastor Eurico (Patriota), o outro integrante titular da comissão, votou a favor apesar de ter ressalvas quanto ao texto, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural.

Suplente, o deputado Augusto Coutinho, líder do Solidariedade, acabou assumindo um das vagas da legenda e votou sim ao parecer pela admissibilidade da proposta.

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Renildo Calheiros foi um dos autores de requerimentos pedindo o adiamento da votação.

Foi rejeitado como os outros cinco pedidos da oposição.

Filho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos fez questão de gravar o seu voto em um vídeo para as suas redes sociais. “É inconstitucional (o texto da reforma).

Hoje foi um dia duro.

A gente fez o possível.

Conseguimos alterar parte (do relatório)”, disse João Campos antes de declarado o resultado pelo presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR).

Danilo Cabral comentou o empenho dos partidos do chamado Centrão na votação do parecer. “O Centrão que garantiu a aprovação da CCJ.

Isso foi um recado, que eles (Centrão) queriam mostrar ao governo que sem eles, não teria aprovação da reforma.

E pelo o que a gente viu é que o governo capitulou, digo essa palavra porque foi o que ele pregou na campanha, ao velho toma lá dá cá”, disse Danilo.

Já pastor Eurico criticou o discurso da oposição e citou o período em que o PT governou o país para questionar a posição da esquerda. “O pessoal contrário está tentando marginalizar todos que votaram a favor da reforma.

Eu estou saindo como responsável por defender o mal para a população.

Agora é importante salientar que eles que passaram 14 anos no poder e por que não resolveram?

E deixaram esse buraco, essa calo que precisamos enfrentar agora?

Se não houver a reforma, vamos ter dificuldade com os aposentados”, disse o aliado de Bolsonaro.

Saiba o que pensam os pernambucanos sobre a reforma da Previdência