A vereadora Missionária Michele Collins(PP) criticou, nesta terça-feira (23), na tribuna da Câmara Municipal do Recife, o concurso realizado pela Secretaria Estadual da Mulher para lésbicas, transexuais, bissexuais e travestis.
A parlamentar disse que não deve haver segregação. “Se é para mulher, que coloque todas e não especifique a opção sexual ou escolha de uma mulher.
Não podemos fazer distinção.
Mulher é mulher”, rebateu.
Collins disse ainda que “uma época mulheres lésbicas estavam sendo atendidas no Hospital da Mulher”. “Soube de mulheres que estavam dizendo ser lésbicas para conseguirem atendimento no Hospital da Mulher.
Não pode ter essa separação”, criticou. ] O tema do concurso tomou conta dos discursos na Câmara do Recife como na Alepe.
O primeiro a reagir foi o deputado Joel da Harpa, de Jaboatão dos Guararapes, reduto evangélico.
Depois, o deputado Cleiton Collins, falando em nome de bancada evangélica na Assembleia Legislativa, repudiou a publicação de um edital do Governo do Estado, no Diário Oficial.
A Secretaria da Mulher de Pernambuco publicou um edital de chamamento para apoiar concurso de fotografias, priorizando em especial, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. “Mais uma vez, vemos o interesse de defender posições ideológicas, desrespeitando as mulheres e promovendo uma separação absolutamente desnecessária.
As políticas públicas devem ser para todas mulheres, claro que respeitando as diferenças e não acentuando divergências de pensamento.
O estado perdeu mais uma oportunidade de organizar uma política verdadeiramente para todos”, reclamou. “Qual a nossa queixa?
Nós lutamos para que não haja discriminação às mulheres.
A luta da bancada evangélica não é para tirar direito de ninguém e que ninguém seja privilegiado.
Este episódio mostra que a mulher fica em segundo plano.
Eles (pasta da Mulher) priorizam um movimento, é a política do privilégio que o movimento quer.
Com isto, a gente não concorda.
O espaço (secretaria da Mulher) pertence às mulheres.
Mas eles acham que a água passa por cima da ponte e não o contrário, que a água passa por baixo da ponte.
Assim, o problema dos ativistas é querer privilégios, que se atenda às suas pautas apenas.
Eles podem falar mal de todos, sejam pastores, o que for, mas se você falar uma coisa deles…”, comentou.
Entenda a polêmica Nesta segunda, o Diário Oficial informava que o Governo do Estado está abrindo um concurso de fotografias para “mulheres, em especial lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
O anuncio foi feito pela Secretaria de Estado da Mulher, no Diário Oficial.
As inscrições gratuitas vão até 17 de maio.
As “vencedoras” vão ganhar prêmios em dinheiro.
O assunto provavelmente renderá polêmica com a bancada evangélica, que apoia o governador Paulo Câmara (PSB).
Ano passado, a polêmica se formou em torno de uma peça de teatro, no Festival de Inverno de Garanhuns.
Após protestos dos evangélicos, o governador mandou cancelar a peça.
O pastor Cleiton Collins, deputado estadual, repudiou com veemência a exibição no Festival de Inverno de Garanhuns da peça teatral “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”.
A Secretaria Estadual de Cultura tinha incluído na grade de eventos do Festival de Inverno a peça, com um transexual no papel principal e alvo de protestos em outras capitais. “Quando soube do teor da peça, liguei para o governador, fui o primeiro a passar o teor da peça a ele.
Quando ele tomou conhecimento disse que não, que não ia deixar esse tipo de assunto pautar o seu governo”, disse o deputado ao Blog, na época.
A atuação do governador Paulo Câmara sobre a peça gerou protestos em redes sociais.
Militantes tentaram acusar o governador Paulo Câmara de uma suposta “homofobia”.
A questão estava restrita aos “textões” de Facebook, até a Defensoria Pública do Estado divulgar uma nota oficial, fazendo críticas ao cancelamento da peça, ordenado pelo governador.