Estadão Conteúdo - O DEM ameaçou deixar a sessão de votação da reforma da Previdência depois que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), fez um discurso inflamado, aos gritos, contra a tentativa da oposição de obstruir a tramitação da proposta. “Mais uma fala do governo e o DEM se retira da votação”, avisou o deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA).

Ele ficou irritado porque não é primeira vez que Joice quebra acordo da base para que os deputados não usem tempo de fala na sessão para agilizar os trabalhos.

Aos gritos, Joice criticou a procrastinação da votação da reforma na CCJ. “Já deu essa discussão.

Não podemos mais empurrar com a barriga”, disse Joice.

Segundo ela, não há sigilo dos dados da Previdência.

Joice defendeu que o debate do impacto da reforma seja feito na comissão especial. “Será que tenho que dar aula?

Aqui se discute constitucionalidade”, ironizou. “Senhores, está ficando feio.

População quer que essa comissão trabalhe”, acrescentou.

A líder do governo acusou a oposição de fazer conversa fiada e de serem “paladinos da calculadora previdenciária”. “A oposição que vote contra, mas que deixe a gente fazer trabalho”, disse ela, avisando que na próxima semana já há um novo feriado a atrapalhar o calendário reforma. “A oposição não está preocupada com o País.

Oposição parece jardim de infância. É um show de irresponsabilidade”, gritou ela no momento em que a oposição ensaiava novo tumulto.

Na pauta Num primeiro teste de apoio da base do governo na CCJ, o plenário do colegiado aprovou a inversão da pauta por 45 votos a 2.

Na prática, o resultado coloca a admissibilidade da reforma da Previdência em primeiro lugar na pauta da CCJ.

O resultado é um termômetro importante, uma vez que, no dia da leitura do parecer do relator, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), o governo vinha obtendo votações com no máximo 40 apoios.

Na votação do requerimento desta terça, outros 17 deputados ficaram em obstrução.

A estratégia da oposição é tentar não dar quórum e dificultar a obtenção de no mínimo 34 dos 66 deputados para que a votação seja válida.

Saiba o que pensam os pernambucanos sobre a reforma da Previdência