O deputado federal pernambucano Ricardo Teobaldo (Podemos) reapresentou um projeto de lei que define as prioridades do uso das águas da transposição do rio São Francisco.

De acordo com a proposta, a principal utilização deverá ser para abastecimento humano.

Em seguida, coloca como prioridade a mitigação da sede dos animais, a irrigação agrícola, o saneamento público e a piscicultura.

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Ricardo Teobaldo argumenta que a pauta continua atual. “A obras de transposição das águas do rio São Francisco se aproximam da conclusão”. “Como ressaltou o deputado Adail Carneiro, o povo nordestino espera ansiosamente pela conclusão dessas obras; todavia tem receio de que ‘a tão esperada água, bem escasso em grande parte do Nordeste’, seja empregada para finalidades secundárias”, diz.

O projeto de lei ainda será analisado na Câmara pelas comissões de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia; de Minas e Energia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Transposição O eixo leste da transposição, etapa que leva água de Pernambuco à Paraíba, foi concluído em março de 2017, no governo Michel Temer (MDB), dez anos após o início da obra, ainda na gestão Lula (PT).

A entrega da transposição foi marcada por uma disputa de paternidade e chegou a ser feita oficialmente, pelo emedebista, e em seguida em ato político do petista e de Dilma Rousseff (PT).

Além disso, foi visitada por Geraldo Alckmin (PSDB), que cedeu, quando era governador de São Paulo, bombas usadas no projeto.

Durante as eleições, recebeu promessas de candidatos como o próprio tucano e Ciro Gomes (PDT). » Transposição do São Francisco deve ficar para Bolsonaro » Ministério quer entregar transposição antes da saída de Temer » Canal do eixo norte da transposição pode ter sido alvo de criminosos » Em ofício, Paulo cobra Temer por ‘extrema injustiça’ na transposição » Ministério estuda usar energias renováveis para baratear custos da transposição O eixo norte ainda está em construção.

Essa etapa vai de Pernambuco ao Ceará, beneficiando também Paraíba e Rio Grande do Norte.

A última previsão do Ministério do Desenvolvimento Regional é de inaugurá-la em maio.

Desde 2016, três construtoras ficaram responsáveis pelas obras do eixo norte, no trecho entre Salgueiro e Jati.

A empreiteira que cuidava da obra desde o início era a Mendes Júnior, que pediu para deixar o canteiro em junho de 2016, um mês após Temer assumir a presidência, alegando dificuldade para obter crédito.

A construtora é uma das envolvidas na Operação Lava Jato e foi considerada inidônea.

A licitação só foi iniciada seis meses depois da paralisação da obra e, após as duas empresas que apresentaram os menores preços terem sido desabilitadas por questões técnicas, o contrato foi assinado em abril de 2016.

Desde maio do ano passado, a Ferreira Guedes é a empreiteira que toca o empreendimento.

Isso aconteceu depois que o governo federal rescindiu o contrato com o consórcio Emsa-Siton, que venceu a licitação marcada por um processo judicial em 2017.