As codeputadas do mandato coletivo Juntas reclamaram em nota que “uma assessora negra da mandata das Juntas foi barrada na entrada do Anexo II da Assembleia Legislativa de Pernambuco pelo segurança da Casa”.
A denúncia foi feita pelas redes sociais nessa terça-feira (16) e levado à tribuna nesta quarta-feira (17).
De acordo com a nota, a assessora é fotógrafa e cineasta e estava a caminho do Plenarinho III com uma câmera fotográfica para cobrir a reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulheres quando foi abordada por um policial.
Segundo a denúncia, três mulheres do mandato coletivo, entre elas duas codeputadas, foram chamadas e também foram alvo de comentários machistas e racistas.
A Superintendência de Segurança da Assembleia foi acionada.
Em nota, a assessoria de imprensa da Alepe afirmou que “enquanto instituição, não compactua com qualquer tipo de discriminação”. “Os fatos narrados estão sendo apurados, dado que a Presidência da Casa toma conhecimento dessa situação pela primeira vez.
Esclarecemos que, dentro da rotina da Alepe, há um disciplinamento do acesso, para garantir a segurança de todos.
Medidas administrativas vêm sendo implementadas, como a utilização de crachás e catracas, para assegurar tratamento impessoal a todos que circulam nas dependências da Assembleia.” Durante a sessão desta quarta-feira, o presidente da Casa, Eriberto Medeiros (PP), afirmou que procurou o superintendente Militar e de Segurança Legislativa para investigar a denúncia. “Esse é um assunto meramente administrativo que, na minha visão, não precisaria ter sido levado à tribuna”, reclamou, após a deputada Jô Cavalcanti fazer um pronunciamento sobre o caso.
Na nota divulgada nas redes sociais na terça-feira, as Juntas enfatizam que “não é um caso isolado” e afirmam: “O nome disso é racismo institucional, que se manifesta em práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano e que sempre colocam pessoas negras em situação de desvantagem em espaços públicos e privados, nas relações institucionais e políticas.
Não aceitaremos a naturalização da violência que pressupõe perfis adequados para estar numa casa parlamentar, que é a casa povo”. “A Mandata das Juntas é formada por 70% de mulheres e 50% de pessoas negras e tem sido foco frequente de abordagens machistas e racistas.
São comentários sobre as roupas, sobre os cabelos, perguntas grosseiras sobre se trabalham ou não na Casa, entre outras formas de assédio moral e discriminação que não acontecem com outras pessoas que trabalham no mesmo espaço.
A mandata é feminista e periférica, com forte presença de pessoas negras, em diversas funções.
A diversidade da equipe representa vários segmentos da sociedade que são discriminados todos os dias por sua classe, sua cor, seu gênero”, dizem ainda.
O líder da oposição, Marco Aurélio (PRTB), fez um aparte contra a denúncia das Juntas. “Recebo em meu gabinete diversas pessoas da periferia e nunca escutei nenhum relato de discriminação”, afirmou o parlamentar. *Com informações do site da Assembleia Legislativa