As casas modernistas localizadas na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, na Zona Norte do Recife, estão em reforma.
O telhado está sendo recuperado, obra que tem previsão de ser concluída ainda este mês.
Depois disso, segundo o advogado Jean Rocha, que defende o proprietário dos imóveis, será necessário pedir autorização da Prefeitura do Recife para o restauro da área interna e para que as casas possam ser usadas comercialmente.
Por serem Imóveis Especiais de Preservação (IEP), há mais restrições nas reformas, que não podem descaracterizá-los, por exemplo.
Não há prazo para que o primeiro documento, referente à solicitação para a restauração, seja expedido.
O projeto foi feito por Jorge Eduardo Lucena Tinoco.
O também arquiteto Anderson Vespasiano é o responsável pelo projeto executivo, com a proposta de uso comercial dos imóveis.
Hoje, uma das casas é alugada à rede de farmácias Extrafarma, que tem uma loja vizinha e, caso seja autorizada a exploração comercial, pode abrir um escritório nela, segundo Rocha.
A outra está em negociação para que seja montada uma clínica médica no local. “Tudo vai depender da aprovação do município, porque existem dificuldades em unir o que é protegido à vocação natural do imóvel, que é o comércio”, afirmou o advogado. “O grande desafio é fazer um projeto que seja utilizável, do contrário, ela pode ser novamente depredada”.
No caso da coberta dos imóveis, a recuperação começou no segundo semestre do ano passado.
Segundo Rocha, estão sendo colocadas telhas com as mesmas características das originais.
O advogado relatou que, em janeiro de 2018, foram roubadas as telhas originais.
Além disso, enfatizou que portas e janelas, por exemplo, foram roubadas e encontradas posteriormente em um ferro-velho.
Ausência de conservação As casas, projetadas pelo arquiteto Augusto Reynaldo em 1958, são classificadas como IEPs desde 2014, portanto, protegidas.
Em imóveis como esses, segundo a legislação municipal, o proprietário deve manter as características originais, conservando-os e fazendo obras de recuperação e restauração se for preciso.
Em junho de 2015, quando as casas já haviam sido declaradas IEPs, o anúncio de que uma delas se tornaria uma padaria chamou atenção.
A Padaria Capela, que funcionava no imóvel vizinho, derrubado para dar lugar à Extrafarma, anunciou que estaria fechando as portas e funcionaria em uma das cadas.
A obra para dar lugar à padaria, porém, era irregular e não tinha autorização do município.
A Secretaria-Executiva de Controle Urbano do Recife (Secon) informou na época que o proprietário havia pedido licença para fazer pequenos reparos, porém, por se tratar de um imóvel protegido, o pedido precisaria ser avaliado pela Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC), que ainda não havia concluído a análise.
A padaria funcionou temporariamente no local depois.
As casas estão desocupadas até hoje e foram diversas vezes alvos de depredação.
Em setembro de 2017, a Justiça determinou que o proprietário recuperasse os imóveis.