Falando sobre violência contra a mulher e o impacto da liberação da posse de armas nos casos de feminicídio, a deputada estadual Gleide Ângelo (PSB) abre a terceira temporada de entrevistas comandadas pelo cientista político Antonio Lavareda no 20 Minutos.
O programa vai ao ar neste sábado (13), às 19h20, na TV Jornal, e neste domingo (14), às 11h40, na Rádio Jornal.
A parlamentar defendeu na entrevista o fim da cultura machista como principal solução para os casos de violência doméstica.
Para ela, é necessário que o Estado atue através de repressão, com a polícia e o Judiciário, e a de prevenção, com políticas públicas.
A formulação dessas ações foi o que, segundo ela, foi decisivo para que deixasse a Polícia Civil e buscasse a política.
Delegada há cerca de dez anos, Gleide Ângelo atuou nas unidades especializadas em roubos e furtos e em homicídios, entrando em evidência em Pernambuco pela resolução de casos como os assassinatos da turista alemã Jennifer Kokler, em 2010, e Maria Alice Seabra, em 2015.
Em abril de 2017, assumiu a chefia do Departamento de Polícia da Mulher de Pernambuco.
Ela deixou o cargo um ano depois, por exigência da legislação eleitoral.
Foi eleita em 2018 com 412.636 votos, recorde histórico na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Gleide Ângelo assumiu a presidência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Casa e comemora que, agora, as dez integrantes do colegiado são mulheres, tanto as cinco titulares quanto as cinco suplentes. “Isso nunca existiu”, frisou na entrevista.
Após o resultado nas urnas, a delegada passou a ser cotada para a disputa municipal em 2020, principalmente em Jaboatão dos Guararapes, onde o prefeito, Anderson Ferreira (PR), é opositor do governador Paulo Câmara (PSB).
Em 2016, ela atuou na campanha do deputado estadual Cleiton Collins (PP) na cidade, que é o segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco.
Na entrevista a Antonio Lavareda será exibida hoje, ela fala sobre as especulações para as próximas eleições.
Gleide Ângelo também contou como decidiu entrar na política. “Foi quando eu comecei a ver que na polícia eu tinha a limitação de só fazer local de crime.
A mulher não denunciava e, quando eu chegava lá, ela já estava morta”, relatou.
A delegada afirmou que percebeu que poderia atuar em um programa de prevenção. “Eu preciso trabalhar para que a mulher denuncie antes de chegar a morte e isso eu consigo na política e não na polícia”.