Tiago Lima Carvalho Secretário Geral da Juventude do PSB de Pernambuco Acadêmico de Relações Internacionais O lendário Dom Quixote de La Mancha leu muitas histórias de cavalarias, perdeu o juízo e passou a viver grandes aventuras como cavaleiro andante, na busca de corrigir malfeitos.
A todo momento ele lutava contra inimigos inexistentes, guerreiros imaginários, e na sua imaginação até os moinhos de vento eram seres vivos; vivia num mundo tão irreal que começou a ver fantasias e obsessões.
Ao final, Dom Quixote voltou à razão.
Desde o início, Bolsonaro e sua ala ideológica, estimulados pelo guru Olavo de Carvalho, combatem moinhos de vento e enxergam inimigos que existem apenas em suas imaginações.
Lutam contra os fantasmas comunistas, a ideologia de gênero nas escolas, o marxismo cultural, a doutrinação ideológica, o globalismo, entre outras bobagens; ignoram a história universal e a realidade do país.
Neste contexto, se por um lado foi boa a demissão de Velez do Ministério da Educação, por outro é preocupante a nomeação de Weintraub para substitui-lo, pois ele também é olavista e tem como pauta “combater a ideologia marxista”.
Enquanto o governo insistir em combater moinhos de vento através da ideologia, a crise continuará no Ministério da Educação, área essencial para o desenvolvimento do país.
Combater inimigos irreais ou insignificantes sempre traz problemas reais.
Reclamaram da ideologia dos outros e instalaram a mesma obsessão em combater ideologias velhas e inexistentes. É triste constatar, como dizia o saudoso Millôr Fernandes, que “quando uma ideologia fica bem velhinha, vem morar no Brasil”.