Ao comentar a debandada de 1.052 médicos brasileiros, novos conveniados ao Programa Mais Médicos, apenas três meses após o início do novo modelo organizado pelo Governo Federal, o deputado Isaltino Nascimento (PSB) falou sobre como esta decisão teve interferência negativa direta a pessoas e regiões mais pobres e em situação de vulnerabilidade. “O Governo Federal disse que teria uma nova proposta para o Programa Mais Médicos e que a solução passava pelo rompimento do convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
E, dos 7.000 médicos brasileiros inscritos para preencherem as vagas dos cubanos, 15% debandou em apenas 90 dias”, disse Nascimento.
De acordo com o parlamentar, dados apontam que em Pernambuco há 220 vagas em aberto do programa em 93 municípios. “Estas pessoas estão sofrendo sem assistência em saúde por causa de uma decisão política do governo Bolsonaro, que insistiu em romper o convênio que utilizava médicos cubanos nestas regiões”, disse.
Ainda em seu discurso, o deputado informou que, no estado de Pernambuco, não é preciso estar tão distante da capital para compreender a falta de atuação do Programa em sua formatação original. “A população de Pernambuco de modo geral foi afetada pela ausência dos médicos cubanos; afinal, num país com 13 milhões de desempregados, natural que as pessoas passem a buscar assistência na rede pública de saúde.
Acontece que temos exemplos de municípios nem tão distantes do Recife, que apresentam vagas em aberto.
O que significa que estas localidades estão sem equipes de assistência. É um absurdo!” Alguns dos municípios citados por Isaltino foram: Bezerros, Carpina e Caruaru, com seis vagas em aberto, cada uma; Igarassu, com sete vagas abertas; Jaboatão, com 16; Olinda, com 15; Paulista, com cinco vagas; Petrolina, com sete; Surubim, com cinco vagas; Vitória, com sete e Recife, com 11 vagas em aberto, e que deveriam ser preenchidas por médicos do Programa federal. “Inicialmente, o governo Bolsonaro tinha a ideia de extinguir o Mais Médicos.
Então, para fazer esta alteração que descaracterizou a ideia de criação do Programa, partiu de uma lógica político-ideológica, em detrimento da população mais pobre.
O que está devidamente expresso na grande parcela dos médicos brasileiros que desistiram de integrar o programa, em tão pouco tempo do início da atividade”, disse Isaltino. “Se não há assistência em cidades de maior aporte estrutural e com certa pujança econômica, imaginem o que brasileiros e brasileiras estão passando em cidades menores?” Foto: Roberto Soares/Alepe Marco Aurélio critica burocracia no 13º do Bolsa Família de Paulo O deputado Marco Aurélio (PRTB), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, disse nesta terça lamentar “a burocracia criada pelo governo do estado” para que os beneficiários do Bolsa Família tenham direito a receber uma parcela a mais do Bolsa Família.
O parlamentar comparou o programa lançado na última quarta-feira (4) pelo governador Paulo Câmara, com a proposta do décimo terceiro do Bolsa Família que será oferecido pelo governo Bolsonaro. “Sou totalmente a favor do Bolsa Família, um programa do governo federal que ajuda várias famílias do nosso estado, mas lamento profundamente a burocracia do governo Paulo Câmara para que essas pessoas tenham acesso a uma parcela extra do programa”, argumentou o deputado. “Para ter direito ao benefício extra, o beneficiário do Bolsa Família precisa consumir no mínimo três mil reais no ano.
Para ganhar uma parcela a mais no valor integral de R$ 150, é preciso solicitar a inclusão do CPF na nota fiscal de compras de itens alimentícios, vestuário e material de limpeza.
O cálculo prevê que o valor do benefício corresponderá a 5% do montante gasto pela família em itens como arroz, feijão, açúcar, carne, ovos, xampu e botijão de gás”, observou.
O deputado criticou o aumento da alíquota do ICMS de 2,5% para 6,5%, que faz com que a carne bovina e suína aumentem.
O valor do quilo sobe cerca de 140% a mais na carne de boi. “Diferente do governo Bolsonaro, que usará recursos do combate à corrupção e dos cortes que o governo fez para custear o 13º do Bolsa Família, Paulo Câmara criou um sistema burocrático que dificulta o acesso do cidadão a essa décima terceira parcela, além do aumento dos impostos, como por exemplo deram quase 140% na carne, dificultando inclusive o acesso da população mais pobre a esse artigo que passou a ser de luxo”, declarou ele sobre o novo programa do governo Paulo Câmara.
Segundo Marco Aurélio, mais uma blitz será organizada para o mês de dezembro. “O objetivo é acompanhar o andamento do programa 13° do Bolsa Família do governo do estado”, já adiantou.