Com eleições no ano que vem, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), aproveitou uma entrega de ambulâncias para fazer críticas “indiretas” ao governador Paulo Câmara (PSB) e ao deputado estadual José Queiroz (PDT).

José Queiroz, ex-prefeito de Caruaru com quatro mandatos, é citado na cidade como o principal adversário à reeleição de Raquel em 2020.

Sobre Paulo Câmara, a prefeita disse que o Estado deve R$ 16 milhões para a saúde municipal.

Sobre José Queiroz, a crítica de Raquel foi que o ex-prefeito deixou a Feira da Sulanca “sucatear” para poder transferir a mesma para um terreno comprado pela gestão anterior.

As informações são do jornalista Mário Flávio, de Caruaru, em sue blog.

Na entrega de 11 novas ambulâncias para a população de Caruaru, a prefeita Raquel Lyra não poupou críticas aos adversários políticos.

Mesmo sem citar nomes, ela falou, por exemplo, que recebeu a prefeitura com poucas ambulâncias e sem a estrutura adequada nos veículos para atender aos pacientes que necessitam de uma transferência ou remoção de uma unidade para a outra.

A gestora criticou a nota enviada pela secretaria de Saúde estadual sobre a retenção de macas nos hospitais do governo de Pernambuco. “Tem gente que fica chateada e emite nota sobre a retenção das macas.

Mas é importante divulgar isso para que a população saiba porque as ambulâncias não estão rodando.

Fizemos isso devido a transparência”, disse.

Raquel voltou a bater no governo de Pernambuco sobre a falta de repasses para a cidade. “O estado deve para a gente cerca de R$ 16 milhões.

Esse dinheiro iria nos ajudar a ter mais recursos para a população na área da saúde.

Poderíamos com essa falta de repasses manter a situação do Samu só em Caruaru, mas os outros 53 municípios são mais pobres e por isso vamos manter o serviço, mesmo sem o dinheiro do governo de Pernambuco.

O mesmo acontece com os medicamentos que o governo deveria comprar e não está fazendo a sua parte”, disse.

Sobre a construção da maternidade municipal ela não citou o deputado federal Wolney Queiroz, mas explicou os motivos do atraso na obra. “São 15 milhões investidos, mas tem gente dizendo que obra está devagar.

Claro que não está no ritmo que a gente queria, mas são emendas parlamentares repassadas ao município de 2014, 2015 e 2016.

Refizemos todo o projeto, para priorizar o que Caruaru mais precisava.

Antes do final do nosso mandato vamos entregar essa obra”, garantiu.

No mesmo discurso, ela agradeceu ao senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Bolsonaro, que destinou cerca de R$ 200 mil para comprar as ambulâncias.

No meio do discurso, Raquel usou o exemplo da maternidade para garantir que vai transferir a Feira da Sulanca e alfinetou o antecessor dela na prefeitura, José Queiroz. “Primeiro a gente organiza a casa e depois vamos fazer a transferência.

A gente não deixou a casa de saúde se acabar para fazer a maternidade nova.

Temos um bloco cirúrgico novo, instalações, manutenção.

Deixaram a feira se acabar para que ela pudesse ser transferida.

A gente vai fazer toda requalificação da Feira de Caruaru, ainda que a Feira seja transferida e será, mas com o atual local todo organizado”, pontuou.

MPPE pede na Justiça suspensão de edital de Raquel Lyra: ‘sociedade caruaruense sofrerá consequências gravíssimas’ Do site oficial do MPPE O Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) ingressou na Justiça com uma ação cautelar, para suspender a seleção pública simplificada anunciada pela Prefeitura de Caruaru, em um edital publicado em março deste ano.

Segundo o promotor Marcus Alexandre Tieppo, as funções descritas no texto do edital, assim como as motivações e as exigências para as contratações, contêm várias irregularidades que impossibilitam que a seleção se realize. “A sociedade caruaruense sofrerá consequências gravíssimas, notadamente o orçamento municipal que terá que suportar demandas trabalhistas e o serviço público que continuará sendo prestado de forma ineficiente sem integrantes que possuam vínculo estável com a administração municipal”, concluiu o promotor.

As vagas oferecidas são para as funções/cargos de auxiliar de serviços gerais (3 vagas), encarregado de abastecimento de frota (1), motorista (4), arte educador (1), estivador (18), fiscal operacional (9), técnico educacional (4), técnico social (4), assistente técnico na área jurídica (2), auxiliar técnico na área de psicologia (2) e assistente técnico na área psicossocial (2).

O promotor de Justiça Marcus Alexandre Tieppo atentou que as atribuições previstas para as funções temporárias não possuem natureza eventual, não guardam relação com a excepcionalidade ou necessidade temporária e sim necessidades precípuas e permanentes da administração. “O próprio edital chama as funções de ‘cargos’ o que nos leva à fácil constatação de sua natureza não eventual”, salientou o promotor.

O MPPE também citou que a exigência de ensino superior não se relaciona com a função a ser desempenhada. “Permite-se que um bacharel em direito seja técnico social ou auxiliar técnico na área de psicologia é situação teratológica, irrazoável, absurda.

Além disso, as atribuições previstas para os chamados cargos (na verdade são funções) são privativas de profissionais formados e licenciados segundo as leis aplicáveis a cada categoria profissional”, advertiu Marcus Alexandre Tieppo.

Outras falhas do edital, segundo o MPPE, é não exigir carteira de habilitação para motorista compatível com o veículo a se conduzir e prever apenas um cargo para pessoa com necessidades especiais, dentre as inúmeras funções, quando deveria ter reservado ao menos 5%.

O promotor ainda apontou que é inconstitucional a exigência de “ser do sexo feminino” para os cargos de assistente técnico na área jurídica, auxiliar técnico na área de psicologia e assistente técnico na área psicossocial. “Não há no edital sequer um mínimo de justificativa que se possa supor um nexo entre as atribuições das funções oferecidas e as restrições impostas”, afirmou ele.

Pelo cronograma do certame, estão previstos: o resultado final para os cargos de nível fundamental em 9 de abril, prova oral para os cargos de nível superior no período de 22 a 24 de abril, resultado preliminar da prova oral em 25 de abril, recursos da prova oral até as 15h de 29 de abril, e resultado final para os cargos de nível superior também em 29 de abril.