O mote do socialista foi a falta de plano estratégico para o Brasil. “O presidente Jair Bolsonaro deveria descer do palanque e governar.

Ele ainda não disse qual seu projeto para o Nordeste.

Até aqui, só tivemos sinais de desatenção com a região”, declarou o deputado federal Danilo Cabral (PSB) ao fazer uma análise sobre os 100 primeiros dias do atual governo. “O mais grave é que há uma falta de rumo do governo, que não apresentou um plano estratégico para o país desde que assumiu.

Nenhuma área do governo funciona bem.

A educação, por exemplo, é um desastre.

Passados mais de três meses, não há um anúncio de uma política pública para o setor, central para o desenvolvimento do país”, afirmou.

Para Danilo Cabral, o presidente se dedica a pauta de costumes, usa o Twitter para praticar a política de confronto e não aponta um plano estratégico para a retomada do crescimento do Brasil. “Vivemos um momento surpreendente para um novo governo, há uma desesperança generalizada na população, falta de perspectivas e não há sinalização de que isso vá mudar nos próximos meses”, diz.

O parlamentar citou a redução da previsão do PIB (Produto Interno Bruto) de 2% para 1,98%, segundo relatório Focus, do Banco Central, a elevação da taxa de desemprego a 12,4% e o número recorde de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego, de 4,9 milhões de pessoas. “Sem falar que a atividade econômica não reage e os índices de confiança do mercado estão caindo.

Não há sinalização positiva em nada”, criticou. “Há medidas que patrocinam retrocessos, como o reajuste do salário mínimo só com base na inflação, dando fim a uma política de valorização real da remuneração do trabalhador que ajudou a reduzir a pobreza nos últimos anos.

Também fala de desvinculação das receitas, retirando a garantia de investimentos mínimos em saúde e educação”. “O governo federal aposta as fichas em uma única proposta, a Reforma da Previdência.

Uma proposta que joga as contas dos mais ricos nas costas dos trabalhadores mais vulneráveis e que não assegura o equilíbrio das contas públicas no curto e médio prazo, essencial para a retomada da economia”, afirma o deputado.

Ele diz ser preciso se deter, por exemplo, na discussão da dívida pública, que consome 42,1% do total arrecadado pelo estado brasileiro, e na questão das renúncias fiscais.

O que não podemos permitir é que as políticas de austeridade desmontem o estado de bem estar social, previsto na nossa Constituição, distribuindo facilidades ao setor financeiro e aos aliados privilegiados do país”, disse Danilo Cabral.

Foto: Eduardo Matysiak/Divulgação No Senado, PT bate O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticou a gestão do presidente. “Bolsonaro já foi reprovado por quase metade dos próprios eleitores dele, o povo foi às ruas em cidades do Brasil e do mundo pedir a libertação imediata de Lula e declarou que a reforma da Previdência será enterrada no Congresso Nacional – para a alegria dos brasileiros”, comentou.

O senador disse que a queda, nesta segunda-feira (8), de mais um ministro do governo, desta vez o da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, não resolverá os problemas da área. “A demissão veio tarde, pois o ministro causou um caos na pasta em tempo recorde e só abria a boca para dizer bobagem, assim como Bolsonaro.

Vélez conseguiu ser um ministro da Educação pior do que Mendonça Filho.

Sua demissão está longe de solucionar os problemas.

O substituto, Abraham Weintraub, é dos bancos, das corretoras e defensor entusiasta da reforma da Previdência. É esse o sujeito que vai ser colocado para comandar o MEC, um gerente de banco”, disse. “Essa troca mostra as prioridades de um governo torto e norteado somente pelo extremismo ideológico.

Não há dúvida de que o MEC seguirá intensificando o seu loteamento interno por tubarões da iniciativa privada, iniciado por Mendonça Filho.

A finalidade é acelerar o desmonte das universidades federais e a privatização do ensino público.

Um governo que acha que curso superior é somente direito de elite, que corta 13 mil cargos dos professores universitários e que tem um gerente de banco como ministro não quer outra coisa senão vender o ensino público para que as grandes corporações enriqueçam com cursos de baixa qualidade à custa dos mais pobres”, disse. “O Brasil está à deriva.

Desde o início do ano, o Planalto enviou só 16 propostas ao Congresso.

Nenhuma delas andou.

Não dá para confiar em um governo assim.

Mesmo os eleitores de Bolsonaro despertaram para o erro cometido ao apostar num sujeito incompetente como ele para a Presidência.

Quase metade daqueles que votaram nele em outubro passado reprova o seu governo, segundo o Datafolha”, afirmou.

Humberto esteve em Curitiba nesse domingo para participar do ato nacional por Lula livre e disse que as manifestações a favor do ex-presidente tomaram as ruas de várias cidades do Brasil e do mundo. “O povo quer que o Supremo e o Superior Tribunal de Justiça restaurem a legalidade e determine a soltura de Lula, devolvendo os seus direitos políticos.

Deixem o povo decidir que projeto de país quer e quem melhor o representa.

Libertem Lula e deixem ele fazer o que Bolsonaro não faz: trabalhar pelo Brasil”, afirmou, em tom de provocação, diante do tempo curto da atual gestão.