O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta segunda-feira (8), pelo Twitter, o nome do novo ministro da Educação, que vai substituir o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, demitido após a crise na pasta.

Será o economista Abraham Weintraub.

Weintraub foi um dos principais colaboradores da campanha de Bolsonaro, participando de discussões sobre a autonomia do Banco Central.

A ponte entre ele e o presidente foi feita pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Na equipe de transição entre os governos de Michel Temer (MDB) e de Bolsonaro, ele foi coordenador na área de Previdência, tema de estudo do irmão dele, Arthur Weintraub.

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Abraham trabalhou durante 18 anos no Banco Votorantim, onde foi diretor, passando em seguida para a Quest Corretora.

Em seguida, deixou a iniciativa privada e passou a ser professor universitário, atuando na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde entrou em conflito com alunos diversas vezes por questões ideológicas.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.

Paulo no ano passado, Weintraub disse querer lutar contra o “establishment” e o que considera uma “tentativa de transformar o Brasil numa grande Venezuela”. “Durante o século XX, mais da metade das pessoas do mundo viveram sob alguma forma de terror.

Hoje, a América do Sul, e o Brasil em particular, faz parte do espaço vital de uma estratégia clara para a tomada de poder por grupos totalitários socialistas e comunistas”, afirmou na entrevista. “Eu não acreditava nisso.

Achava que era teoria da conspiração.

Todavia, está tudo documentado!

O Foro de São Paulo é uma realidade!

As Farc eram convidadas de honra.

O crack foi introduzido no Brasil de caso pensado.

Vejam os arquivos, está na internet!”.

Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação.

Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta.

Aproveito para agradecer ao Prof.

Velez pelos serviços prestados. — Jair M.

Bolsonaro (@jairbolsonaro) 8 de abril de 2019 » ‘Que o enfie no c*’, diz Olavo de Carvalho a Vélez sobre MEC » Sob crise, Vélez exonera seis funcionários no Ministério da Educação » ‘Olavistas’ afirmam que militares querem isolar ministro Vélez Rodriguez » Ricardo Vélez pede desculpas por chamar turistas brasileiros de ‘canibais’ » Conheça Ricardo Vélez, futuro ministro da Educação de Bolsonaro » Aposta na Previdência e ‘turbulências’ em 100 dias de governo Bolsonaro Crises no MEC Bolsonaro já havia indicado que poderia demitir Vélez desde a última sexta-feira (5), quando admitiu que “está bastante claro que não está dando certo o ministro”.

O colombiano enfrentava uma crise havia mais de um mês marcada por disputas internas, mais de 15 exonerações, medidas polêmicas e recuos.

Em março, por exemplo, o ex-ministro já havia sido desautorizado a nomear integrantes da sua própria equipe.

A ordem partiu do Palácio do Planalto, depois de o professor colombiano divulgar dois nomes para a secretaria executiva da pasta, em seguida vetados por Bolsonaro.

Uma das primeiras polêmicas foi no início do ano passado, quando Vélez enviou uma carta às escolas pedindo que enfileirassem os alunos para cantar o hino nacional, registrassem o momento e, além disso, lessem uma carta do então ministro que era concluída com o slogan de campanha de Bolsonaro.

O colombiano foi indicado pelo escritor Olavo de Carvalho, que, após atrito com Vélez, o chamou de “traiçoeiro”.

A crise no MEC provocou um motim dentro da pasta para enfraquecer e derrubar Vélez.

Funcionários ligados ao escritor passaram a ventilar nomes de possíveis substitutos alinhados ideologicamente a eles.

O movimento exacerbou a rivalidade entre os três grupos presentes na pasta: ideólogos, militares e técnicos. *Com informações da Estadão Conteúdo