Estadão Conteúdo - O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse ao jornal O Estado de S.

Paulo que fará uma gestão técnica à frente da pasta.

Ele afirmou, contudo, que isso não significa que trabalhará desconectado das convicções do governo Jair Bolsonaro, que tem “ideologia uma clara”.

Ele assume o cargo após a demissão de Ricardo Vélez Rodríguez, anunciada nesta segunda. “Sou um técnico.

Minha missão é cumprir o que foi escrito no programa de governo de forma serena, tranquila e eficiente, de forma a gerar bem-estar ao cidadão.

Esse é o objetivo do Estado, que existe para servir ao cidadão”, disse em breve entrevista após ter seu nome confirmado pelo presidente Bolsonaro nesta segunda-feira.

Aluno inscrito do curso de Olavo de Carvalho, Weintraub reafirmou ter grande admiração pelo professor, mas disse não ter um alinhamento automático com ele.

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Não é que porque gosto de música clássica que não escute rock and roll de vez em quando”, disse.

Com passagem pelo mercado financeiro e ex-professor universitário, ele vinha ocupando a secretaria-executiva da Casa Civil e seu nome passou a ser considerado por Bolsonaro há cerca de uma semana.

Weintraub afirmou que está pronto para assumir o posto. “Fui uma das pessoas que elaborou o plano de governo do presidente.

Participei do debate sobre diversas áreas, inclusive das discussões sobre educação.

Sinto-me preparado para o cargo”, disse.

Ele afirmou que, analisando o perfil dos que ocuparam o cargo de ministro da Educação desde o início do governo Lula, seu currículo se sobressai por trazer ao posto o perfil executivo de quem trabalhou por muito anos em empresas privadas. “Dos 11 ministros, 64% eram filiados a algum partido.

Eu não tenho filiação partidária.

Sou puramente técnico.

E trago uma novidade importante, que é a minha experiência na iniciativa privada”, afirmou. ‘Marxismo cultural’ Abraham Weintraub defende que é preciso vencer o chamado marxismo cultural das universidades a partir dos ensinamentos do guru do bolsonarismo.

Essa ideia foi apresentada por ele em dezembro a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante um evento organizado por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro(PSL-SP), em Foz do Iguaçu. “Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado”, disse Abraham. “E como ganhamos deles?

Não sendo chatos.

Temos que ganhar com humor e inteligência”.

Na Cúpula Conservadora das Américas, Weintraub falou à plateia que os militantes de direita deveriam adaptar as teorias de Olavo para vencer os embates teóricos com os militantes de esquerda, inclusive adotando o seu jeito de falar com xingamentos. “Quando ele (um comunista) chegar para você com o papo ’nhoim nhoim’, xinga.

Faz como o Olavo de Carvalho diz para fazer.

E quando você for dialogar, não pode ter premissas racionais”, disse no evento.

No evento, defendeu o expurgo do comunismo e disse que era preciso evitar ameaças como ataques terroristas islâmicos para que o Brasil se tornasse “um dos países mais pacíficos do mundo”