Estadão Conteúdo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou nesta sexta-feira, 5, sobre a recente polêmica em relação ao golpe militar no Brasil em 1964. “O presidente atual disse que não houve golpe. É que ele não estava lá”, disse, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.

Ele fez os comentários na Brazil Conference em Harvard e MIT.

Cardoso ressaltou que a Carta Magna de 1988 permitiu que a sociedade poderia opinar em sua formulação com emendas populares “Constituição democrática começou da base, com comissões.

Nós, os formuladores, éramos favoráveis ao parlamentarismo.” LEIA TAMBÉM » Após sinalização de demissão por Bolsonaro, Vélez é criticado por Olavo » Bolsonaro diz que aguarda relatório da PF para decidir futuro de ministro » ‘Quem tem minha senha tem minha confiança’, diz Bolsonaro sobre filho Carlos » ‘Não existem olavetes contra militares’, diz Bolsonaro » Governo Bolsonaro estuda nomes para substituir líder na Câmara » ‘Não teremos horário de verão neste ano’, afirma Bolsonaro O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou que “é necessário restabelecer o clima de civilidade no Brasil”, a fim de reduzir o atual nível de polarização política no País.

Contudo, ele ressaltou que esse processo leva tempo, pois ainda ocorrem fatos importantes que interferem neste movimento de busca de maior diálogo. “Algumas pessoas estão na prisão. É preciso refletir e propor uma nação mais moderna.” Segundo Cardoso, ocorreu uma perda na crença da democracia no Brasil por vários fatores. “Ocorreu o impeachment do ex-presidente Collor.

Eu escapei.

O ex-presidente Lula está na cadeia.

Também aconteceu o impeachment da ex-presidente Dilma.

Alguma coisa está mal”, apontou. “Não conseguimos que governos fossem capazes de processar as demandas politicas e sociais”, apontou. “O Brasil tem uma situação delicada.” Fernando Henrique disse que sempre foi reticente ao impeachment de presidentes, pois é um recurso que só deve ser adotado quando esta autoridade não tem mais condições de administrar o País. “Fui contra o (um eventual) impeachment do Lula.

Ele é trabalhador, ex-líder metalúrgico, tem papel na história”, destacou. “A Dilma, por outro lado, caiu porque não tinha mais condições de governar e também porque ocorreram as pedaladas fiscais.”