Por Felipe Cury, dirigente do PT em Pernambuco e ex-diretor de Habitação No começo deste ano a prefeitura do Recife anunciou o início das obras dos habitacionais Encanta Moça 1 e 2 no terreno do antigo aeroclube, localizado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife.
A obra encontra-se paralisada.
Esta obra é um empreendimento do Minha Casa Minha Vida, portanto, só vejo um motivo para as obras estarem paradas, a falta de repasse do governo federal.
O próprio presidente deu declarações que iria fazer o contingenciamento ou cancelamento de projetos das gestões anteriores.
Se for isso, é inadmissível pois, estamos falando de um projeto que irá atender a população de maior vulnerabilidade da cidade, que vivem em palafitas.
O projeto do habitacional no aeroclube para atender as famílias que vivem em palafitas no Bode no bairro do Pina é uma promessa de campanha do prefeito Geraldo Júlio desde sua primeira eleição e já foi alvo de vários debates e audiências públicas na Câmara de Vereadores do Recife.
O programa completou 10 anos em 2019 e vive seu pior momento.
Estamos falando de um programa que, em 10 anos, foram investidos mais de R$ 100 bilhões.
Foram 5 milhões de casas contratadas e cerca de 4 milhões entregues no Brasil.
Atualmente o que se tem por parte do governo, é um desmantelamento do programa para as famílias de baixa renda.
Apenas 4,5% dos investimentos foram destinados para essa faixa de renda.
Antes essa faixa, que estão as pessoas que ganham até três salários mínimos, respondiam por 59% do programa.
O projeto habitacional do aeroclube prevê a construção de 600 casas.
Os problemas no programa MCMV não se resumem às famílias de baixa renda.
Segundo a coluna Painel da Folha de São Paulo, até mesmo o segmento empresarial está reclamando dos atrasos no repasse de pagamentos do governo.
Construtoras que atuam no programa MCMV avisaram ao Palácio do Planalto que vão começar a demitir trabalhadores e podem chegar a mais de 50 mil demissões, segundo a coluna noticiou.
O número de trabalhadores contratados chegou a 3,4 milhões de pessoas.
Hoje não passa de 2 milhões, segundo informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Enfim, é o desmantelamento de um programa que deve ser atualizado e aprimorado, mas não paralisar sua execução por motivos meramente ideológicos.