Em audiência pública com a participação do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, nesta quarta-feira (27), o deputado federal Danilo Cabral (PSB) pediu que ele entregue o cargo.
A audiência pública foi realizada na Comissão de Educação, com o objetivo de que Ricardo Vélez Rodríguez falasse sobre o andamento dos trabalhos no MEC. “O próprio governo tem atacado diariamente sua dignidade como ministro.
Avalie, em nome de sua dignidade pessoal e dos interesses do Brasil, se não está na hora de Vossa Excelência entregar o cargo”, afirmou.
Durante a audiência o ministro fez referências aos resultados positivos de Pernambuco na educação, citando as escolas técnicas e a redução da evasão escolar.
E disse que o modelo de Pernambuco poderia ser levado para todo país.
Danilo Cabral, em sua participação, disse que, para estar entre os estados com melhor Ideb no Brasil, o estado tornou a educação uma política pública central na primeira gestão do ex-governador Eduardo Campos, em 2007 e isso não foi descontinuado nas gestões seguintes. “E é exatamente isso que falta ao governo atual.
Esse governo não coloca a educação como uma política estratégica para o país e o senhor não pode ficar omisso”, criticou Danilo Cabral, ex-secretário de Educação de Pernambuco e presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados na última Legislatura. “Quando avançamos em Pernambuco, fizemos com base em planejamento com metas, prazos, responsáveis e indicadores.
O ministro sequer fez referência ao Ideb, que é o principal indicador de avaliação de resultado”.
Também criticou o fato de não haver informações sobre as posições do ministro em relação ao Fundeb (expirará em 2020), ao teto dos gastos, que tem reduzido os investimentos na área, e nem mesmo à Reforma da Previdência no que tange os professores. “Além de a proposta promover o aumento no tempo de contribuição para a carreira do magistério, iguala homens e mulheres em relação à idade mínima. É uma contradição, tendo em vista que a regra geral estabelece essa diferenciação.
E não leva em consideração que é uma profissão muito desgastante e o estresse faz parte da realidade”, afirmou.
Presidente do Inep foi demitido porque “puxou o tapete” , diz Vélez O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse hoje (27) que a demissão do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, foi devido a uma “puxada de tapete” feita por ele, ao ter assinado a portaria que adiava a avaliação da alfabetização prevista pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) para 2019. “Essa demissão foi porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete.
Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já feito, pela preservação da Base Nacional Curricular, de forma a fazer as avaliações em comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais ”, disse o ministro durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Diante da polêmica, a portaria que adiava para 2021 a avaliação que seria feita em 2019 com os estudantes brasileiros foi anulada pelo ministro.
Segundo ele, tal medida precisava ser mais debatida por sua equipe, não podendo ser adotada tendo por base apenas um parecer técnico - no caso, recomendação feita pelo secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim.
As recentes mudanças no MEC, com exonerações de cargos de confiança, foram questionadas pelos parlamentares. “É inaceitável que país como o nosso, com problemas tão grandes na educação e com consenso de que educação é a solução para o país, o senhor tenha feito tantas demissões e exonerações em função de disputas [INTERNAS]de grupos políticos [NO MINISTÉRIO]”, disse o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Na abertura da audiência, o ministro disse que o Brasil caminha para ter os problemas que a Colômbia tinha há 30 anos, devido à associação do tráfico de drogas com a violência. “O Brasil está doente de uma droga chamada crack, presente em 98% dos municípios”, disse o ministro.
De acordo com ele, as escolas cívico-militares ajudarão a evitar problemas como esse e o ocorrido na Escola Professor Raul Brasil, no município paulista de Suzano, quando dois ex-alunos entraram na escola e atiraram contra estudantes e professores.
O atentado resultou em oito mortos mais os dois atiradores. “Durante a campanha, o presidente Jair Bolsonaro destacou seu desejo de difundir escola com base no ensino e gestão empregado nas escolas cívico militares, que têm se mostrado bem-vindas pelas famílias”, disse.