O deputado estadual Antonio Coelho (DEM) atribuiu o baixo desempenho de Pernambuco no levantamento divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) às medidas adotadas pelo governo Paulo Câmara (PSB).
O estado obteve o pior desempenho da federação, apresentando saldo negativo de 12.396 empregos no mês de fevereiro.
Oficialmente, a culpa foi do setor de cana, que reduz atividade neste período.
O resultado negativo atingiu também a região Nordeste, única do País a não apresentar crescimento no mesmo período, fechando com 12.441 empregos a menos.
Já o Brasil registrou saldo positivo de 173.139 empregos criados. “Enquanto podemos celebrar a melhoria do nosso País, Pernambuco vai na contramão.
Recebemos essa notícia com tristeza, mas não com surpresa pois as medidas insensíveis e burocráticas adotadas pelo governo Paulo Câmara são diretamente responsáveis pela situação do nosso Estado.
Temos aqui a perversa prática de cobrar imposto antecipadamente, desde o Decreto 45.797 de 2018, quando o estado passou a cobrar de forma antecipada 70% do imposto.
Isso vem estrangulando e restringindo a capacidade de operação de vários empreendedores, limitando as condições de empregar e investir.
Essa manobra unilateral não só impactou negativamente a economia do nosso estado, mas também denegriu a saúde do nosso sistema republicano de governo”, disse Coelho.
O deputado elencou outros pontos, como a pauta fiscal e a suposta falta de investimentos da gestão. “O governo hoje exagera o preço médio de repasse dos produtos, o que faz o empreendedor pagar um imposto sobre um preço maior do que aquele que ele consegue repassar aos consumidores, gerando grandes distorções em nossa economia.
Além disso, diminuiu a taxa de despesa de capital.
Em 2018, a proporção dos nossos investimentos em relação ao arrecadado foi de 7%.
Se compararmos a 2014, último ano do governo de Eduardo Campos, esse valor era de 14%.
Temos um governo que investe cada vez menos em sua gente, por conta da falta de iniciativa da gestão de enfrentar seus desafios, principalmente o déficit da previdência, que vem sugando recursos e impedindo que o estado volte a investir”, afirmou.
Antonio Coelho rebateu o argumento de líderes governistas de que o estado vem sendo perseguido pelo governo federal. “Já conhecemos essa tática. É uma postura incoerente e não republicana.
Basta ver que outros estados, como a Bahia, que gerou 5.706 empregos a mais em fevereiro, e o Ceará, que apresentou saldo positivo de 1.865.
São estados governados por governadores de partidos de esquerda, e que vem conseguindo manter seus patamares de investimento.
Então não se trata de perseguição política. É preciso ter uma disposição maior para enfrentar nossos desafios, para conseguirmos gerar mais progresso e oportunidades para o nosso povo”, afirmou.