O Consórcio Novo Recife afirmou em nota, nesta terça-feira (26), que foi “surpreendido” pela decisão da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital de suspender a demolição dos galpões no Cais José Estelita.
O grupo de construtoras disse ainda que “reafirma a inteira confiança nas autoridades e no Estado de Direito para a retomada das obras”.
A Prefeitura do Recife anunciou que vai recorrer da decisão.
O consórcio responsável pela construção é formado por quatro empresas: Ara Empreendimentos, GL Empreendimentos, Moura Dubeux Engenharia e Queiroz Galvão.
O grupo comprou por R$ 55 milhões a área dos antigos armazéns, que pertencia ao espólio da Rede Ferroviária Federal, em leilão realizado em 2008.
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Leia a íntegra da nota do consórcio “O CONSÓRCIO NOVO RECIFE, em respeito à opinião pública, tendo em vista a decisão liminar de suspensão da demolição das ruínas dos armazéns próximos ao Cabanga, no terreno do Cais José Estelita, sente-se no dever de esclarecer o seguinte: Após amplo debate com setores da sociedade civil, que culminou com a edição da Lei Municipal nº. 18.138/2015, responsável por introduzir o Plano Específico para as regiões do Cabanga, Cais José Estelita e Santa Rita, o projeto Novo Recife foi redesenhado e sua versão definitiva aprovada pela Prefeitura e órgãos a ela vinculados.
Dessa forma, mediante alvará de demolição regularmente concedido pela Prefeitura, o Consórcio iniciou na manhã de ontem (25.03) o processo de requalificação da área.
Hoje, o Consórcio Novo Recife foi surpreendido por decisão liminar que questiona a legalidade da lei 18.138/2015, aprovada pela Câmara Municipal do Recife.
O Consórcio Novo Recife reafirma a inteira confiança nas autoridades e no Estado de Direito para a retomada das obras.” Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem Primeira etapa das obras A derrubada de armazéns no Cais José Estelita começou nessa segunda-feira (25), como a primeira etapa das obras do projeto Novo Recife, e tinha a previsão de durar uma semana.
Inicialmente será feita a requalificação urbana para abrir o sistema viário no local.
Segundo o engenheiro do consórcio Eduardo Moura, a previsão é que essa etapa dure quatro anos e meio.
Moura ressaltou que a segunda fase pode ser iniciada no curso da primeira assim como os outros estágios do projeto.
Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal Esta foi a segunda tentativa.
A primeira demolição dos armazéns para erguer os prédios começou há quase cinco anos, na noite de 22 de maio de 2014.
Ativistas acamparam no local para impedir a ação, que foi suspensa devido à mobilização.
A ocupação terminou pouco menos de um mês depois, uma ação de reintegração de posse em que a Polícia Militar foi acusada pelos manifestantes por uso de violência.
Novos protestos foram realizados, inclusive em frente ao prédio onde mora o prefeito Geraldo Julio (PSB), na Zona Oeste da cidade, e à prefeitura, no Centro.
Mais manifestações aconteceram desde essaa segunda-feira.
Ativistas chegaram ao Cais José Estelita pela manhã, protestando contra a demolição.
A área foi cercada por tapumes.
Estiveram no local o vereador do Recife Ivan Moraes Filho (PSOL), o deputado federal Túlio Gadelha (PDT) e Kátia Cunha (PSOL), integrante do mandato coletivo Juntas, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Os parlamentares afirmaram que não tiveram acesso ao alvará de demolição que permitiu a obra pelo consórcio Novo Recife.
Além disso, questionaram a ausência de placa.
Imbróglio judicial Depois que a Operação Lance Final, deflagrada pela Polícia Federal em outubro de 2015, apontou fraude na compra do terreno, a Justiça Federal anulou o processo.
O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) suspendeu essa decisão um mês depois.
Em junho de 2016, entretanto, o juiz federal titular da 1ª Vara, Roberto Wanderley, reafirmou a sentença, retomando a anulação do leilão, decisão revogada pelo TRF5 em novembro do mesmo ano.
Projeto Novo Recife A proposta inicial era de construir 12 torres, entre residenciais e empresariais, de até 40 andares.
Porém, após protestos, tomou uma nova configuração, aprovada pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) no fim de 2015 e questionada na Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF).
Mas o que prevê o plano atual?
Serão 13 prédios, que variam de 12 a 38 andares, também com unidades diversas.
De acordo com as empreiteiras, do total, haverá dez edifícios residenciais, um hotel com com 308 leitos, um empresarial e um misto, com flat e empresarial.
Serão 1.042 unidades habitacionais: 364 com mais de 200 metros quadrados; 354 entre 100 e 200 metros quadrados; e 324 entre 34 e 100 metros quadrados.
O Consórcio Novo Recife defende que os prédios com menor escalonamento ficarão na área próxima ao Forte das Cinco Pontas, trecho de construções históricas no bairro de São José.
Veja a previsão da paisagem urbana da área após a construção das torres: O terreno tem 101,7 mil metros quadrados, com 1,3 quilômetro de extensão.
Segundo o Consórcio Novo Recife, do espaço total, 35% terão ocupação privada e 65% pública, com parque, praças, vias, ciclovias e calçadas.
Foi exigida a construção de um binário para reduzir os impactos à mobilidade.
Os investimentos previstos são de R$ 1,5 bilhão.