O presidente Jair Bolsonaro (PSL) minimizou o atrito entre o seu filho Carlos, vereador do Rio de Janeiro pelo PSC, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Queria saber o motivo pelo qual o Rodrigo Maia está saindo, estou aberto a diálogo, qual o motivo?

Eu não dei motivo para ele sair”, disse à Folha de S.

Paulo, em Santiago, no Chile. “Só conversando.

Você nunca teve uma namorada?

E quando ela quis ir embora o que você fez para ela voltar, não conversou?

Estou à disposição para conversar com o Rodrigo Maia, sem problema nenhum”, disse ainda o presidente à Folha.

Mais cedo, Maia disse ao BR18, do jornal O Estado de S.

Paulo, que continua defensor da reforma da Previdência, mas quem tem que buscar votos é o governo. “Dentro da casa, continuo um grande defensor e influenciando os deputados e deputadas que me ouvem.

Agora, quem tem de formar a maioria é o governo.

E esse é o papel do presidente e dos seus ministro”, afirmou. “Meu papel institucional é que eu vou pautar quando o presidente entender que tem voto”, disse ainda.

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Interlocutores do presidente da Câmara revelaram à colunista que ela seria “não fazer nada e esperar por aplausos das redes sociais”. À jornalista, Maia negou que o tom tenha sido esse. “Eu continuo ajudando.

Sei que a reforma da Previdência é fundamental e não abro mão dela.

E concordo com o presidente (Bolsonaro): é preciso construir uma maioria de uma nova forma.

Essa responsabilidade é dele”, disse o deputado a Mônica Bérgamo.

Como presidente da Câmara, Maia tem o papel de pautar a votação.

Nas duas entrevistas ele afirmou que, quando Bolsonaro contabilizar os 308 votos necessários à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, deverá avisá-lo para que seja pautada.

Irritado com Carlos Bolsonaro Um post do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) fez Maia explodir quando já estava irritado ao saber da prisão de seu sogro, o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco.

Tudo porque o filho “zero dois” de Bolsonaro compartilhou, nas redes sociais, a resposta do ministro da Justiça, Sérgio Moro, à decisão de Maia de não priorizar o pacote anticrime, que prevê medidas de combate à corrupção.

Maia tem atuado como articulador da reforma.

No auge da irritação, disse que não entendia por que estava sendo atacado. “Estou aqui para ajudar.

Se acham que estou atrapalhando, eu saio”, avisou.

Desde a quarta-feira (20), já se mostrava irritado com o governo.

Ao chegar à Câmara, afirmou: “O funcionário do presidente Bolsonaro?

Ele conversa com o presidente Bolsonaro e se o presidente Bolsonaro quiser ele conversa comigo”, disse a jornalistas. “O projeto (de lei anticrime) é importante, aliás, ele está copiando o projeto direto do ministro Alexandre de Moraes. É um copia e cola.

Não tem nenhuma novidade, poucas novidades no projeto dele”.

O atrito foi depois que Maia foi procurado por Moro, que considerou que o pacote poderia tramitar ao mesmo tempo que a Previdência na Câmara.

O presidente da Casa, porém, quer dar preferência às mudanças nas regras de aposentadoria.

De acordo com a Folha de S.

Paulo, Moro enviou mensagem durante a madrugada cobrando que Maia desse celeridade ao pacote.

Flávio e Joice fazem gesto Com a irritação de Maia, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), irmão mais velho de Carlos, e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-RJ), usaram as redes sociais para defender o presidente da Câmara.

Presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB) também tentou apagar o incêndio e defendeu que o governo busque construir pontes com Maia. “Presidente da Câmara @RodrigoMaia é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e projetos de combate ao crime.

Assim como nós, está engajado em fazer o Brasil dar certo!”, disse Flávio Bolsonaro no Twitter. “Há um movimento nas redes para colar em @RodrigoMaia a pecha de que ele é contra a Nova Previdência.

Isso é mentira.

Maia é um dos q mais tem trabalhado para aprovação e logo pelo principal plano do governo.

Na prática, sem Maia, a coisa não vai e o Brasil empaca.

Simples assim”, afirmou Hasselmann na rede social. *Com Estadão Conteúdo