Por Maria Ligia Barros, do Portal NE10, especial para o blog Vencedora do leilão de licitação de seis aeroportos do Nordeste, a Aena Desarrollo Internacional SME, subsidiária da estatal espanhola Aena, tem planos para atrair novas companhias aéreas aos terminais arrematados – inclusive ao do Recife.
De acordo com o gerente da concessionária, Juan Jose Álvarez Gallego, os esforços serão realizados tanto pela própria empresa quanto em colaboração com o Governo Federal e “especialmente com os governos estaduais”. “Trabalharemos para garantir que nesses aeroportos operem novas companhias aéreas e para que haja mais destinos e frequências”, afirmou o gerente da concessionária, Juan Jose Álvarez Gallego.
Para o gerente, a Medida Provisória (MP) 863/18, que estabelece 100% de abertura do setor aéreo ao capital estrangeiro, é um dos fatores que podem facilitar a entrada de mais empresas no mercado brasileiro, levando à maior concorrência e mais destinos. “Esta situação de maior competição deve alcançar melhores preços e maior uso, por mais setores da sociedade brasileira, do transporte aéreo”, analisou.
A MP aguarda aprovação do Congresso Nacional e perde a vigência na próxima semana.
No entanto, o avanço do texto-base de projeto de lei que libera o capital externo nas aéreas, aprovado nessa quarta-feira (20) na Câmara dos Deputados, deverá garantir a manutenção da maior participação estrangeira no setor.
A Aena arrematou os terminais por R$ 1,9 bilhão à vista, um ágio de 1.010% sobre o preço inicial fixado em R$ 171 milhões.
Segundo Gallego, um dos destaques que atraiu o investimento foi o equipamento pernambucano, considerado o carro-chefe do lote. “O Bloco Nordeste possui o aeroporto do Recife, a capital social e econômica do Nordeste do Brasil, além de importante destino turístico, mas inclui também outros três aeroportos que compõem o mais importante corredor turístico do Nordeste e mais dois aeroportos importantes para o Estado a que servem”, disse, em referência aos equipamentos de Maceió, João Pessoa, Aracaju, Juazeiro do Norte e Campina Grande.
O executivo avaliou que o grupo entra com diferencial no Brasil, mas reconhece o grande desenvolvimento do transporte aéreo que há por fazer. “Aena é a operadora que mais cresceu na Europa e no México nos últimos 5 anos e tem o know-how e experiência necessários para poder fazer o mesmo no Brasil”, acrescentou.
Pista Ponto de polêmica entre parlamentares pernambucanos, a implantação de área de segurança na cabeceira da pista de voo, exigência do Edital de concessão para adequar o aeroporto do Recife às normas internacionais, pode levar tanto à redução do tamanho declarado da estrutura atual quanto à construção de uma nova.
Questionado sobre como a Aena realizará a adaptação, Gallego respondeu que “a opção final escolhida será aquela que obedeça às melhores condições de segurança sem afetar a capacidade e o desenvolvimento do aeroporto”.