Defensores de uma máquina pública pesada, os partidos de esquerda estão em trabalho duro para deter eventuais mudanças na Previdência, que acaba privilégios e ajude os governos a aplicarem recursos em benefício de toda a sociedade e não apenas em grupos de privilegiados no serviço público.
O Diretório Municipal do PSOL-Recife promove nesta quarta-feira (20), em sua sede, um debate sobre sobre a reforma da previdência proposta pelo presidente Bolsonaro.
A atividade marca o início de um ciclo de debates que pretende abordar o tema de maneira descentralizada.
Batizada de PSOL Periférico, a iniciativa pretende dialogar com ‘os maiores atingidos’ pelo projeto de reforma da previdência apresentado.
O ex-deputado federal Paulo Rubem e o vice-presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti, são os debatedores convidados. “Com essa atividade o partido inicia um processo de desconstrução dos argumentos apresentados para justificar essa absurda reforma. É uma oportunidade de alertar o povo sobre as estratégias que o governo tem usado para tornar inacessível a aposentadoria pública a quem não é político ou membro do judiciário”, avalia o presidente da sigla, Thiago Carvalho.
Reforma da Previdência no Congresso O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diz acreditar que “os descompassos, erros de agenda legislativa e falta de coordenação política do governo fizeram a proposta de Reforma da Previdência enviada ao Congresso por Bolsonaro perder velocidade”. “A injustiça do projeto com os mais pobres e a posição contrária dos governadores do Nordeste ao teor da proposta também vão levar o projeto a naufragar ainda na Câmara dos Deputados”, defende. “Do jeito que está, isso não passa. É inaceitável o que querem fazer aos mais pobres, estabelecendo menos da metade de um mínimo para os idosos com 60 anos, o que querem fazer aos trabalhadores rurais, às mulheres, aos professores”, afirma Humberto.
Segundo o líder do PT, a proposta de Bolsonaro leva, os mais pobres a trabalharem, em média, cerca de 11 anos a mais que do trabalhadores de classe média, que começam as atividades mais tarde, por exemplo. “Os mais pobres, normalmente, começam a trabalhar mais cedo, muitas vezes em empregos que demandam mais, inclusive fisicamente.
Mas vão ter de cumprir um tempo excessivo de idade e contribuição para receberem a integralidade do benefício ao fim da vida.
Isso leva os mais pobres a trabalharem 30% mais do que um trabalhador da classe média”, afirmou o senador. “O trabalhador precisará contribuir por 40 anos para ter direito à aposentadoria integral, além de ter que cumprir a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens.
A Reforma da Previdência é um projeto cheio de distorções, que aprofunda as desigualdades já existentes no país e que foi produzido sem qualquer diálogo com a sociedade”, disse Humberto. “A proposta encontra muita resistência no Congresso Nacional.
O governo não terá vida fácil com essa proposta.
Até mesmo dentro de sua base, há parlamentares contrários à medida.
A sociedade civil também já está começando a se mobilizar para derrubar essa reforma.
Não vamos permitir que esse retrocesso seja aprovado no Congresso.
Estamos unindo forças e vamos seguir na luta.”