Na última sexta-feira (15), no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro, antes de viajar para o encontro com Trump nos EUA neste domingo, segunda e terça, recebeu uma comitiva de lideranças de produtores rurais brasileiros.
A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), tendo a frente o presidente Alexandre Andrade Lima, aproveitou para defender pauta para a economia brasileira vinculada ao agronegócio da cana de açúcar e com repercussão internacional entre os países: o mercado de etanol de milho dos EUA no Brasil e os reflexos sobre o etanol e a cana nacional.
Conforme definido ainda pelo governo Temer, em agosto próximo encerrará o prazo de taxação da importação de uma parcela do etanol anidro de milho dos EUA. “Portanto, se a partir de setembro, não continuar a taxação, gerará um grande prejuízo sobre a cadeia produtiva do etanol brasileiro.
O prejuízo vem da depreciação do preço do etanol com reflexos na matéria-prima diante da competitividade desleal gerada pelo etanol de milho americano.
E também frente à injustiça neste mercado bilateral, com o milho americano subsidiado pelo governo de lá para entrar aqui em forma de etanol e competir com o nosso de cana, sem subsídio; e sem a reciprocidade da isenção de nosso açúcar para entrar nos EUA”, teria dito para Bolsonaro o presidente da Feplana, Alexandre Andrade Lima, na sexta passada.
Pelas regras atuais de importação, o Brasil poderia taxar 20% de todo o etanol de fora do Mercosul que entra no país, sendo uma tributação ainda inferior aos 35% permitidos pela Organização Mundial do Comércio. “Desse modo, o governo Bolsonaro poderá evitar a competição desleal entre os etanóis e impedirá o rebaixamento do preço do etanol nacional – uma diminuição que não é sentida pelo consumidor final e que ainda baixa a rentabilidade do agricultor da cana”, disse Andrade Lima.
O presidente da Feplana disse que aproveitou para dizer a Bolsonaro que falta para o Brasil uma objetividade e planejamento estratégico referente a liberação do etanol anidro importado, misturado à gasolina.
O dirigente defendeu a garantia da taxação do etanol dos EUA para estancar a concorrência desleal com o etanol nacional, que gera empregos e riquezas internas. “É crucial para dar viabilidade socioeconômica para esta cadeia produtiva do país”, defendeu.