Editorial do JC deste sábado explica as vantagens da concessão Privatização do aeroporto O ótimo resultado do leilão para a concessão do Aeroporto do Recife, realizado ontem, é parte de uma política de desenvolvimento que extrai do poder público a carga de investimentos para melhoria da infraestrutura.

Vamos para as mãos de um dos maiores adminstriadores de terminais aéreos do mundo - a Arena Desarrollo Internacional - um negócio que envolveu a espetacular cifra de R$ 1,9 bilhão.

Com a transferência da responsabilidade à iniciativa privada, vislumbra-se a geração de recursos financeiros aplicáveis em setores essenciais, como saúde, educação e segurança.

Se governar é fazer escolhas, um programa de privatizações em países afundados em dívidas, com restrições orçamentárias e a economia em dificuldades, como o Brasil, a certa altura desponta como a única escolha a ser feita.

Para aliviar as despesas, impulsionar investimentos e revigorar o ambiente econômico, privatizar serviços de alta complexidade e cara manutenção, a exemplo dos terminais de transportes aéreos, é uma alternativa que não responde apenas ao receituário liberal.

Trata-se de questão de gestão, visando o ganho da eficiência, levando a benefícios diretos e indiretos para a população: da qualidade dos serviços à abertura de oportunidades de negócios e postos de trabalho.

Mesmo ostentando bom desempenho, pérola do bloco Nordeste posto no leilão, o Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre pode ter sua capacidade de operação ampliada.

O terminal aeroportuário é estratégico para a recuperação da economia estadual e regional.

Vale recordar que Pernambuco e o Nordeste cresceram a um ritmo ainda menor que a média do Brasil no ano passado – quando o crescimento do PIB já foi decepcionante, de 1%, reprisando 2017.

Desta forma, a relevância de equipamentos atratores e de uma infraestrutura preparada para recepção turística é essencial para o dinamismo econômico.

Eis o contexto em que a concessão do aeroporto do Recife se insere.

Os novos concessionários, com larga experiëncia em gestão aeroviária, terão condições de dar especial atenção às demandas de Pernambuco.

O Estado conta com o incremento do turismo, em todos os seus segmentos, para sair da crise e recuperar a trilha do desenvolvimento.

Para tanto, o modelo de concessão em blocos, levando em consideração a relação do Recife com os terminais de João Pessoa, Campina Grande, Aracaju, Maceió e Juazeiro do Norte, deve se revelar acertado se conseguir promover o aumento do fluxo de passageiros nesses polos.

Em reunião com parlamentares na capital pernambucana, antes do leilão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, informou que a Aeronáutica irá ceder 1 milhão de m2 para viabilizar a expansão do terminal de passageiros, que ocupará as áreas destinadas atualmente aos terminais de cargas e de aviação executiva, a serem transferidos para o novo terreno.

A empresa vencedora deverá investir um valor mínimo de R$ 865 milhões durante o período de 30 anos de concessão.

Para o ministro, além dos investimentos, o importante é que a excelência reconhecida dos serviços prestados no Aeroporto do Recife se mantenha.