Sob a condição de anonimato, vereadores do Recife dizem acreditar que a criação de uma comissão para propor soluções para a crise do edifício Holiday seja uma forma de ajudar a Prefeitura da Cidade do Recife a sair do foco, não ter que intervir diretamente. “A Câmara não tem atribuição, não tem o que fazer, além de apresentar sugestões.

Assim, a criação desta comissão especial acaba ajudando a prefeitura e o governo do Estado”, afirmam, nos bastidores. “O edifício vai gerar muita pauta negativa, são mais de 3 mil pessoas.

Muitos não tem escritura, precisariam ser removidas e depois receberem habitação.

A PCR deixou isto de lado.

Assim, na verdade, a comissão especial é uma batata quente no colo dos vereadores.

E será devolvida”, contam.

De manhã, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) informou que encaminharia, nesta manhã de quarta, a equipe técnica do Centro Integrado de Atendimento e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (CIAPPI) ao Edifício Holiday, em Boa Viagem.

A equipe fará um levantamento do perfil socioeconômico dos idosos que residem no local a fim de identificar e avaliar suas necessidades.

Nesta tarde, a Justiça determinou a interdição do Holiday, a pedido da PCR.

Os moradores têm cinco dias para desocupar o prédio.

A PCR não passou informações nem detalhes.

Entenda o tema Após a volta do recesso, a Câmara Municipal do Recife criou uma comissão especial para acompanhar a situação do edifício Holiday, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, que teve a energia elétrica cortada pela Companhia Energética de Pernambuco.

A comissão será formada por sete vereadores: João da Costa, Hélio Guabiraba, Aerto Luna, Samuel Salazar, Aderaldo Pinto, Rinaldo Junior e Maguari.

De acordo com o que disse Hélio, seria fundamental acompanhar todas as medidas que serão tomadas com relação ao Holiday. “Nós, como vereadores, temos como função primordial representar os interesses do povo perante o poder público.

Construído em 1957, o histórico prédio Holiday, bem como os seus moradores, merecem uma grande atenção neste momento”, ressaltou.

Os vereadores dizem que a comissão especial deve aprofundar as discussões em torno de outros imóveis que se encontram sem situações parecidas.

Cerca de duas mil pessoas moram no prédio histórico.

Até o fim de semana, mais de 30 inquilinos deixaram o edifício.

De acordo com a Celpe, a energia elétrica só será restabelecida quando forem feitas as correções necessárias no sistema elétrico do prédio.

As precárias condições do edifício Holyday também preocupam o deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC).

Na tarde desta segunda-feira (11), o deputado cobrou que as autoridades competentes cheguem a uma definição sobre a interdição do Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife, assim como o destino dos moradores, que hoje vivem sem energia e sem água no local. “É um apelo que faço aos órgãos e autoridades competentes, se vai ser interditado ou não, é preciso ter clareza do que vai acontecer, o que não podemos aceitar, é que as pessoas vivam sem as condições básicas, sem energia e água” disse o parlamentar.

O deputado estadual chamou a atenção para a falta de segurança no edifício.

Desde a última quinta-feira, 5 de março, o local está sem energia elétrica, em razão de problemas estruturais que comprometem a segurança do prédio. “São necessários R$ 300 mil para que energia seja ligada e mais de R$ 1 milhão para realização de obras de infraestrutura.

Eu sei que o imóvel é particular, mas o cenário verificado é de interesse público.

O Corpo de Bombeiros precisa dizer se o edifício pode ou não ser habitado, e caso os moradores sejam retirados, quem cuidará do local?”.