Por Dani Portela, mestre em história, advogada feminista e candidata ao governo de Pernambuco pelo PSOL em 2018 Mulheres de mais de 70 países sairão às ruas no dia 8 de março em defesa de seus direitos.

Estamos em uma nova onda feminista, um tsunami, na linha de frente da defesa contra o fortalecimento da extrema direita.

As mulheres estão liderando esse movimento em inúmeros países.

No Brasil não poderia ser diferente.

Acabamos de sair do Carnaval, é um desafio enorme organizar um ato, mobilizar pessoas nesse período.

A folia momesca já deu um recado: teremos resistência.

O Carnaval brasileiro teve expressões políticas e muitas críticas ao atual governo.

Em meio a sombrinhas coloridas e bonecos gigantes, ecoavam gritos de protesto em ritmo de frevo.

As mulheres também deram o recado sobre o Carnaval sem assédio.

Campanhas com a frase “Não é não!” aconteceram e chamaram atenção para a necessidade urgente das mulheres serem livres em qualquer espaço.

O 8 de março será o primeiro grande ato pós eleições no Brasil.

Aqui em Recife, ele acontece nesta sexta-feira, a partir das 14h, na Praça do Derby.

Este ato vem sendo construído por muitas mãos, por muitas mulheres juntas que se reúnem desde o mês de janeiro para sua organização.

Muitos temas serão debatidos, mas o eixo principal será “Marielles: livres do machismo, racismo e pela Previdência pública”.

O 8M é um agrupamento de mulheres de diversos setores, de forma autônoma e horizontal.

Somos mulheres negras, brancas, indígenas.

Quilombolas, marisqueiras, pescadoras, ribeirinhas, camponesas.

Juntas somos muito fortes!

Somos Marielles!

O Brasil é o quinto país do mundo com os maiores índices de violência doméstica.

Um dos países que mais mata mulheres no mundo e esse número só aumenta, tendo como principal alvo as mulheres negras.

Matam nossos corpos e cotidianamente querem matar nossas ideias.

O silenciamento foi historicamente imposto às mulheres e agora não nos calarão mais.

Nossa voz ecoará ainda mais alto na luta por uma sociedade justa e igualitária, contra o racismo e o machismo.

A reforma da Previdência também aparece nas manifestações em todo Brasil.

Querer que mulheres trabalhem mais, em um país que a maioria tem jornada tripla de trabalho e recebem salários menores é perpetuar uma desigualdade histórica e não iremos admitir.

Não recuaremos.

Nenhum direito a menos e por nenhuma a menos.