Por Manoel Fernandes, Diretor da empresa BITES Analisando dados, fazendo cruzamentos de informação e interpretando fluxos de opinião, 48 horas após o post do presidente no Twitter é possível verificar que: Bolsonaro reanimou parte da sua audiência digital pouco entusiasmada com debates sobre economia, como a reforma da previdência, e que se ressentia de debates mais inflamados em torno de uma agenda de costumes.
O líder ainda não impactou esse grupo da real necessidade de uma mudança no atual sistema previdenciário.
A comunicação oficial não chegou até eles ou tem se demonstrado pouco eficaz.
Bem treinados, podem ajudar bastante na votação no Congresso, pressionando parlamentares contrários ou indecisos.
Os aliados do presidente foram mais ativos e consistentes na propagação da sua defesa no episódio do vídeo.
A oposição não conseguiu atrair forças na mesma proporção.
Os eventos do Carnaval não trazem, por enquanto, o surgimento de um movimento antibolsonaro além das fronteiras da oposição.
O presidente ainda tem forte apoio dos seus eleitores e conta com o silêncio tático daqueles que votaram nele, mas que discordam dos seus posts no Twitter.
O sentimento antipetista ainda não arrefeceu.
Alguns dados do Sistema Analítico BITES para entender a dimensão da polêmica envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e o seu tweet sobre o Carnaval: * Nos seus perfis oficiais no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube, o presidente ganhou 194.485 seguidores de terça-feira até às 09h de hoje, sendo que foram 126.063 na sua conta oficial no Twitter. * No mesmo intervalo, os internautas brasileiros produziram 49,8 milhões de tweets.
As palavras-chave bolsonaro ou presidente foram utilizadas em *2,1 milhões de posts. * Entre as 50 hashtags mais utilizadas entre a terça-feira de carnaval até às 10h de hoje, *oito eram favoráveis ao presidente e 11 contrárias, sendo que o volume de posts associados aos termos positivos era maior. * A hashtag #BolsonaroTemRazao foi utilizada em 543.563 tweets.
A segunda de maior propagação (#impeachmentbolsonaro) alcançou 242.094 posts. * O vídeo do bloco paulista com as cenas explícitas já alcançou 5,1 milhões de visualizações na conta do presidente. * Entre os 556 posts publicados pelo presidente no Twitter desde a sua posse, “O que é Golden shower” é aquele de maior dispersão digital com 57.639 compartilhamentos. * Em curtidas no Twitter, “O que é Golden shower” já é o quarto de maior adesão desde janeiro com 133.101 curtidas. * O segundo agora é o post é o RT no perfil de Donald Trump que escreveu 05 de janeiro: “There is great anger in our Country caused in part by inaccurate, and even fraudulent, reporting of the news.
The Fake…” Esse post de Bolsonaro alcançou 37.016 compartilhamentos. * Perfis no Twitter que o algoritmo inferiu como de homens foram responsáveis por 57,4% dos posts associados às hashtags de apoio ao presidente.
No caso de #impeachmentbolsonaro, as mulheres representaram 53,6% * Os influenciadores digitais do ecossistema de informação que ajudou Bolsonaro na campanha, como o pastor Silas Malafaia e o novo bilionário brasileiro Luciano Hang, do grupo Havan, defenderam rapidamente o presidente.
Malafaia fez um vídeo no seu canal no Youtube, ontem no final do dia, e já registra 83.345 visualizações.
Também há 16 mil curtir e 575 não curtir. * A segunda notícia mais compartilhada no Brasil entre 31.832 publicadas nas últimas 24 horas foi produzida por um site de apoio ao presidente.
Conseguiu até agora 354 mil interações no Facebook e Twitter e deve chegar 514 mil nas próximas horas.