O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, no seu perfil do Twitter, na segunda-feira (18), os leilões para a privatização de 12 aeroportos, incluindo o terminal do Recife.
Segundo Bolsonaro, a previsão é que os leilões sejam realizados já em março e os investimentos nos terminais cheguem a R$ 3,5 bilhões.
O governo tem orientação liberal, com objetivo de reduzir o tamanho do Estado e livrar os contribuintes de arcar com investimentos públicos em áreas em que a iniciativa privada poderia operar, até mesmo com mais eficência.
Pois bem.
A bancada de deputados federais de Pernambuco se reuniu com o líder do governo, o senador Fernando Bezerra Coelho, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para conversar sobre a concessão do Aeroporto do Recife.
Os parlamentares pernambucanos questionaram os investimentos no terminal pernambucano e o modelo de privatização em blocos.
O deputado Felipe Carreras, que pede mudanças desde o último ano, apresentou os números disponibilizados pela própria Anac que demonstrariam que o investimento de R$ 838 milhões no equipamento recifense está muito aquém dos outros principais concorrentes da região Nordeste, sendo eles Salvador e Fortaleza, que devem receber R$ 2,4 bilhões e R$ 1,4 bilhão durante o período do contrato. “Precisamos entender que o mercado brasileiro de aviação está em crescimento e, se hoje temos 100 milhões de passageiros por ano, daqui a dez anos teremos 150 milhões.
Quem vai estar melhor preparado, quem receber R$ 2,4 bilhões e R$ 1,4 bilhão ou quem vai ganhar R$ 838 milhões.
O povo pernambucano não é ingênuo e nunca vai aceitar essa situação.
Vamos perder a liderança do Nordeste rapidamente e sofreremos nos próximos 30 anos caso esse modelo seja concretizado com esses valores”, afirmou Carreras.
Durante a reunião, o ministro informou que Salvador só receberá esse montante de investimentos se chegar a um patamar de passageiros que exija a construção de uma nova pista. “Pedimos que inclua este mesmo gatilho no nosso contrato.
Queremos ser tratados da mesma forma.
Não somos melhores e nem gostamos de ser discriminados.
Se em Salvador e Fortaleza é desta forma, façam o mesmo com o Recife.
O problema é que não existe nada que beneficie nosso Estado.
Pernambuco vai sustentar os outros cinco aeroportos com seu lucro de R$ 130 milhões por ano.
Ao invés de investirem aqui, vão drenar os recursos para manter os equipamentos de Maceió, Aracaju, João Pessoa, Campina Grande e Juazeiro do Norte”, disse acreditar Felipe Carreras.
O ministro marcou uma nova reunião com a bancada e sua equipe técnica para o dia 12 de março, na Câmara.
A intenção é tirar todas as dúvidas dos parlamentares.
O leilão dos aeroportos ocorre dia 15 de março, se tudo ocorrer como programado.