O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), cobrou, nesta terça-feira (26), a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez.

O ministro já disse que iria fazer investigações no MEC e uma espécie de Lava Jato na educação, desgradando os partidos de esquerda que comandaram a pasta nos últimos 16 anos. “A demissão deve ocorrer em função de uma série de ações desastrosas tomadas à frente do MEC”, apresentou como justificativa.

De acordo com o senador, as medidas podem, inclusive, configurar crimes de responsabilidade e de improbidade administrativa. “Ele deveria ter a grandeza de abandonar o cargo em favor de alguém mais capacitado para exercê-lo”, afirmou.

Nessa segunda feira, o ministro, que já havia dito que o brasileiro viajando é um canibal e um ladrão, disparou um comunicado às escolas do país em que pede que a mensagem com o slogan de campanha de Bolsonaro “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” seja lida a todos os alunos.

Vélez ainda solicitou a gravação das imagens dos menores, para serem enviadas ao governo.

Depois mudou de ideia, situação já anunciada desde o final da manha.

No Recife, o vereador João da Costa também tirou uma casquinha.

João da Costa subiu há pouco à tribuna para criticar a postura do MEC de exigir que as escolas filmem os alunos e enviem ao ministério.

Ele também elogiou e defendeu a postura do Governo de Pernambuco, que anunciou que não seguirá a determinação do Governo Federal.

Mensagem às escolas O ministro participou de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte no Senado Federal e, por mais de 3h respondeu perguntas de senadores.

Ao menos três parlamentares questionaram o ministro em relação a mensagem enviada pelo MEC a escolas de todo país com uma carta para ser lida a estudantes.

As escolas deveriam também reunir professores, funcionários e alunos e cantar o Hino Nacional.

A ação, voluntária, deveria ser gravada.

Os principais pontos criticados foram o pedido para gravar estudantes, que são menores de idade, e o uso do slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro na carta: “Brasil acima de tudo.

Deus acima de todos”.

O ministro reconheceu que errou em determinados pontos da mensagem. “O slogan de campanha foi um erro.

Já tirei.

Reconheci, foi um engano.

Quanto à filmagem.

Só será divulgada com a autorização da família”, disse.

Vélez defendeu a prática de cantar o Hino Nacional: “Cantar o Hino Nacional não é constrangimento legal, é amor à pátria”.